“Encontrar comida é uma jornada”, afirma Leonardo Lopes
Foto: Leonardo Lopes/Twitter
O brasileiro Leonardo Lopes decidiu relatar como foi a viagem que realizou recentemente a Havana, capital de Cuba. Pelo Twitter, ele relatou o drama do povo cubano, de questões que vão do sentimento de vigilância por parte do regime comunista à falta de acesso à internet — além da parte envolvendo a alimentação (ou a falta dela).
“O salário mínimo de um cubano é algo como 30 dólares/mês, já um médico ou um engenheiro ganha algo como 40 a 50 dólares/mês, o que é obviamente insuficiente para viver”, afirmou Lopes. “Este salário é pago em peso cubano e, com peso cubano, ele não tem acesso a comida decente.”
Na parte envolvendo a alimentação de quem vive em Cuba, o brasileiro ressaltou que o regime comunista determina os itens que cada pessoa recebe por mês — inclusive, com limite de volume.
29 – O cartão alimentação oferecido “gratuitamente” para cada cubano pelo governo permite: 5 ovos /mês 1/2 kg frango /mês 250 ml óleo /mês 1/2 kg açúcar /mês 2 kg arroz /mês 1/2 kg café /mês Nos mercados estatais que aceitam peso cubano, é só isso que terá para comer. (+)
30 – Além disso, ele terá direito a:
– 1 pasta de dente para 3 pessoas para 2 meses – 1 sabonete por mês para duas pessoas Mesmo que ele queira comprar mais com seu peso cubano, raramente encontrará disponível, e se encontrar, haverá um limite por pessoa para comprar (+)
Ele explicou que até as crianças têm itens alimentícios controlados pelo governo. Até os sete anos: dois quilos de leite em pó por mês. Depois dessa idade, começam a receber café.
Na parte das carnes, o blogueiro brasileiro escreveu sobre a falta de qualidade dos produtos. “Frango, se achar, estará mal refrigerado e precisa ser consumido em no máximo 3 dias. Um cubano me contou que é comum pegar uma carne na bodega (açougue) do governo e ela vir com a parte de baixo verde de podre. Isso, se achar, claro.”
“Encontrar comida é uma jornada. Os cubanos passam boa parte do seu dia em filas, buscando comida entre uma loja ou outra estatal. Já as filas, são uma estratégia do governo para manter o povo ocupado, preocupado com sua sobrevivência sem tempo para organizar rebeliões”, contou Lopes.
36 – Mesmo num supermercado da elite, no melhor bairro de Havana, você encontra pouca variedade e apenas produtos essenciais. Os poucos produtos de “luxo”, como azeitona e queijo, são dedicados às pessoas ricas como funcionários de empresas estrangeiras e embaixadores (+)
37- Não faz sentido para um cubano comum gastar num pote de azeitonas o mesmo valor que ele poderia gastar comprando arroz e feijão por exemplo. Mesmo assim, mesmo no melhor mercado de Havana, o desabastecimento é nítido e a busca por comida gera filas imensas (+)
Cuba: outros pontos citados por turista brasileiro
Leonardo Lopes registrou outras impressões de sua viagem ao país caribenho. De acordo com ele, em Cuba, há crianças pedindo esmolas. Enquanto isso, a família do ditador Fidel Castro vive em uma casa “auto suficiente”, onde não se pode gravar vídeos e nem tirar fotos.
51 – Na mesma região fica a casa de Fidel. É proibido tirar fotos e fazer vídeos. Ela é auto suficiente, tem sua própria horta, produção de queijo, escola, clínica, enfim, tudo o que precisam para viver sem precisar sair dali. Hoje, apenas a família de Fidel mora lá. (+)
52 – As casas são próprias e eles podem comprar e vender, ou seja, não são do estado, embora existam situações em que o estado pode confiscá-las mas que explicarei mais a frente. Um apartamento simples, como destas fotos, custa entre 5 e 10 mil dólares. (+)