Brasil pode fechar o ano em recessão, afirmam economistas

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Recessão é quando há queda do PIB em dois trimestres consecutivos

Lula ao lado de Fernando Haddad e Geraldo Alckmin Foto: Lula/Ricardo Stuckert

As projeções de alguns bancos sobre a economia brasileira não são nada animadoras. Eles já trabalham com a possibilidade do Brasil fechar o ano tecnicamente em recessão (termo utilizado para classificar quando há queda do Produto Interno Bruto (PIB) em dois trimestres consecutivos).

– O resultado de 2022 foi muito bom, com crescimento forte, mas que não deve se repetir em 2023. Nenhum fundamento mostra que isso vá acontecer ao longo deste ano – diz a economista Juliana Trece, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas).

– O ano de 2023 deve ser bem mais desafiador. Os juros estão em níveis elevados, o endividamento das famílias bateu recorde – acrescenta Trece.

As medidas adotadas pelo governo Jair Bolsonaro (PL), como ampliação do Auxílio Brasil e cortes de impostos, também provocaram reflexos momentâneos. E a eleição de Lula (PT), nome indesejado pelo mercado, fez cair a confiança do investidor, que apoiava as iniciativas do ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes.

– O último trimestre do ano foi de encolhimento do PIB. Isso mostra que os elementos que fizeram a economia crescer em 2022 não vão repercutir em 2023 – avalia com desesperança a economista Juliana Inhasz, professora do Insper.

A economista Natalia Cotarelli ressalta que o indicador de atividade da instituição mostra um desempenho mais acentuado tanto para o consumo de bens como de serviços neste início de ano.

– A gente tem esse primeiro trimestre mais forte, mas a perspectiva é voltar para algo mais próximo de zero ao longo dos próximos trimestres – afirma Cotarelli.

– O que tem pesado nessa desaceleração é o mercado de trabalho mostrando algum sinal de fraqueza e a política monetária mais contracionista. Esses dois fatores vão continuar pesando sobre a atividade em 2023.

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