Foto: Kevin Kandlbinder / Unsplash
O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (3), que de janeiro a novembro de 2021 foram realizados mais de 12 mil transplantes de órgãos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. O SUS é responsável por financiar e fazer mais de 88% de todos os transplantes de órgãos do país.
Em 2020, foram cerca de 13 mil procedimentos do tipo. Em números absolutos, isso coloca o Brasil como o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A rede pública fornece os exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante.
Em todo o mundo, o número de transplantes sofreu queda devido à pandemia da Covid-19, em 2020 e 2021. De acordo com a pasta, enquanto alguns países paralisaram totalmente os programas de transplantes, o Brasil manteve cerca de 60% dos procedimentos.
O Ministério informa que a estratégia de retomada gradual de doação e transplantes de tecidos começou em setembro de 2020, com elaboração de notas técnicas para os profissionais de saúde, familiares e pacientes. Com isso, embora exista aumento na lista de espera para o transplante de órgãos e córnea, que passou de 32.909 em 2020 para 34.830 ano passado, após a definição dos critérios técnicos para o enfrentamento da pandemia, os números estão voltando aos patamares dos períodos anteriores.
A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). Órgãos como rim, parte do fígado ou da medula óssea podem ser doados em vida, os demais só ocorrem quando há morte encefálica confirmada ou parada cardiorrespiratória.
No Brasil, há um rigoroso protocolo de segurança para diagnóstico e confirmação de morte encefálica, que é um quadro irreversível, o que possibilita à equipe médica uma conversa imediata sobre a doação de órgãos. Nesse momento é importante que os familiares entendam que não há nenhuma chance de o paciente acordar, que o corpo do paciente não é mutilado e que será completamente reconstituído para o velório.
As principais doenças que levam ao transplante são infarto extenso do miocárdio, hipertensão arterial grave, doença de chagas, enfisema pulmonar, fibrose pulmonar, cirrose hepática e alcóolica, tumores malignos e diabetes.
No caso de doador vivo não aparentado é exigida autorização judicial prévia. Um doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões. A compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos, mas há também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso.
No Brasil, existem, atualmente, uma central nacional e 27 centrais estaduais de transplantes; 648 hospitais, 1.253 serviços e 1.664 equipes de transplantes habilitados; 78 organizações de procura por órgãos; 516 comissões intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos para transplantes; 52 bancos de tecido ocular; 13 câmaras técnicas nacionais; 12 bancos de multitecidos; 13 bancos de cordão de sangue umbilical e placentário; além de 48 laboratórios de histocompatibilidade
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