Bolsa cai 3% com rumor sobre Mercadante na Petrobras ou no BNDES

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

As negociações na Bolsa de Valores brasileira apresentavam nesta segunda-feira (12) forte desvalorização de ações importantes para a composição do índice de referência para o mercado acionário do país. Às 12h30, o Ibovespa caía 3%, aos 104.289 pontos. No mercado de câmbio, o dólar comercial à vista subia 1,77%, cotado a R$ 5,3380 na venda.
 

Na cena doméstica, a tramitação da PEC da Transição na Câmara e a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), nesta segunda-feira, estavam no foco dos investidores.
 

O mercado busca pistas sobre a definição da equipe do próximo governo e qual será a política fiscal a ser adotada. A expansão dos gastos públicos é um dos pontos mais sensíveis neste momento.
 

Parte importante das perdas nesta sessão do Ibovespa era atribuída a rumores de que o ex-ministro petista Aloizio Mercadante estaria cotado para assumir o comando do BNDES ou da Petrobras.
 

As ações preferenciais da estatal petrolífera despencavam 4,73%. O Banco do Brasil, outra empresa com peso na Bolsa e que é controlada pelo governo, tombava 3,20%.
 

“O Mercadante é mais voltado à ampliação da participação do governo nas estatais e, sobretudo na Petrobras, não é isso o que o mercado quer”, disse Gabriel Meira, especialista e sócio da Valor Investimentos.
 

“No caso do BNDES, há a preocupação da retomada de uma prática como era a do governo de Dilma Rousseff, que buscava construir campeões nacionais, ou seja, financiava grandes empresas que não precisariam desse suporte porque têm acesso ao mercado de capitais”, completou Meira.
 

A semana também tende a ser de cautela global antes da reunião de política monetária nos Estados Unidos, quando o Fed (Federal Reserve) irá divulgar a sua última decisão do ano sobre a taxa de juros do país, na quarta-feira (14).
 

Na China, relatos de caos provocado pelo avanço da Covid nos centros urbanos criam dúvidas sobre a continuidade do afrouxamento das regras de restrição a atividades econômicas.
 

A Vale, que tem no mercado chinês o principal destino para as suas exportações, tombava 3,49% e exercia a maior influência negativa sobre os Ibovespa.
 

“Não é só o Mercadante [que está derrubando a Bolsa], mas um conjunto de coisas. A própria incerteza quanto ao presidente da Petrobras e também o exterior negativo”, comentou Rodrigo Marcatti, economista e presidente da Veedha Investimentos.
 

Na sexta-feira (9), a valorização das ações de exportadores de matérias-primas metálicas sustentou uma ligeira alta da Bolsa de Valores brasileira e colaborou para moderar o avanço do dólar frente ao real.
 

O dia também foi marcado pelo anúncio do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os nomes de cinco ministros que irão compor o seu governo. Fernando Haddad foi confirmado para a Fazenda, como era amplamente esperado.
 

O dólar comercial à vista fechou com ganho de 0,53%, cotado a R$ 5,2450 na venda —a alta acumulada na semana ficou em 0,61%.
 

No mercado de ações, o Ibovespa avançou 0,25%, aos 107.519 pontos, em um dia em que o volume movimentado na Bolsa esteve abaixo da média devido ao jogo no qual a seleção masculina de futebol do Brasil foi derrotada pela Croácia e eliminada da Copa do Mundo.
 

Os ganhos da Bolsa ficaram basicamente concentrados no setor de mineração e de matérias-primas metálicas. As ações ordinárias da Vale saltaram 3,33%. Os papéis da CSN Mineração dispararam 10%.
 

Esse segmento vinha sendo beneficiado pela expectativa de aumento das exportações para a China, uma vez que o país vem afrouxando restrições contra a Covid e adotando outras medidas para aquecer setores da sua economia.

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