Bahia é 3º estado onde mais moradias foram destruídas em tragédias ambientais

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Levantamento da Confederação Nacional de Municípios indica que cerca de 84 mil casas foram danificadas no estado

Sul da Bahia foi uma das regiões mais atingidas com as chuvas de 2021 e 2022

Sul da Bahia foi uma das regiões mais atingidas com as chuvas de 2021 e 2022 Crédito: Camila Souza/GOVBA

Toda vez que diz seu endereço para alguém, Débora Silva, de 24 anos, resgata memórias de uma tragédia que não ficou apenas no passado. A pedagoga perdeu sete parentes na enchente que causou estragos em Lajedinho, em 2013. O nome de sua tia, uma das vítimas do desastre, foi dado ao bairro criado para abrigar as pessoas que perderam tudo. Assim como aconteceu com Débora, que se mudou para o Loteamento Maria José, em 2017, outras 84 mil moradias foram danificadas ou destruídas em desastres, na Bahia, em dez anos.

O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) e divulgado na segunda-feira (20). A análise aponta que 51,2% das cidades brasileiras registraram impactos em residências durante desastres entre 2013 e 2023. Somente na Bahia, foram 9.276 casas destruídas no período, o terceiro maior contingente do país. O estado só fica atrás de Rio Grande do Sul (42 mil) e Paraná (10 mil).

Além das moradias destruídas, outras 74.813 foram danificadas na Bahia ao longo de dez anos. O período compreende tragédias como a enchente de Lajedinho e as chuvas que atingiram mais de 100 municípios entre dezembro de 2021 e janeiro de 2023. A pesquisa se baseou em dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).

Para pessoas como Débora, a sensação de ter perdido tudo não passa completamente. Estar em uma nova casa, cedida pelo Estado, também é uma lembrança do que ficou para trás. “A tragédia de 2013 foi o ápice de algo que já acontecia há muito tempo. Eu convivo com enchentes desde nova. Minhas primeiras memórias de criança são da minha mãe ajudando a tirar lama da casa do vizinho, enquanto eu apostava corrida com barquinho de papel na água”, relembra Débora.

CORREIO DA BAHIA

 

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