Parlamentar afirma que 95% não leram, se quer, o texto; “votaram no oba, oba”
Ubiratan Sanderson Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
O deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), que foi vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara, declarou que os políticos aliados ao ex-presidente se posicionaram contra a aprovação da reforma tributária por falta de apreciação da matéria, devido ao pouco tempo para analisar o texto.
Ele frisou que, caso a votação da proposta fosse no segundo semestre, teria grande chance de o PL ser favorável à aprovação da reforma. Em sua declaração, Sanderson discordou do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
– Não procede essa crítica de que o PL será um novo PSOL ou votou como o PT fazia na época do PSDB. Agora, acredito que 95% dos deputados não sabiam o que estavam votando. Ninguém leu. Pergunte para dez deputados, dez vão dizer “não, não li”. Votaram no “oba, oba”. Claro que tem coisas boas no texto da reforma tributária, mas tem coisas ruins – advertiu o deputado ao Antagonista.
Para o parlamentar, “a votação foi uma espécie de um estupro”.
– A pretexto de passar um tema que é positivo, sem sobra de dúvida, eles fizeram qualquer coisa para que o parlamento votasse [a PEC]. E isso nunca vai contará com o meu voto. Tentei falar com o relator, ele sumiu. Tentei falar com o presidente da Câmara, e não consegui. Então, não tivemos saída a não ser votar contra. Isso nada tem a ver com radicalismo – observou.
Sanderson explicou o entendimento do PL sobre a votação e destacou a importância da reforma tributária, mas aprovada com responsabilidade na construção do texto.
– Impossível votar a favor de um texto de reforma tributária, complexo e bastante técnico, sem conhecer os termos finais do substitutivo. Claro que não somos contra a reforma tributária, desde que feita as claras, sem pressa e com a participação efetiva de todos. Se a votação fosse adiada, e se nós fôssemos ouvidos, poderíamos ter votado a favor sim.
O parlamentar deixou claro que o atual presidente não goza de confiança, muito pelo contrário, razão pela qual se faz perigosa uma votação sem que haja uma minuciosa discussão das propostas ali inseridas.
– O governo Lula não inspira confiança e não possui histórico favorável capaz de avalizar uma reforma tributária realmente idônea e responsável – concluiu.
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