Após problemas e críticas, Buenos Aires descarta voto eletrônico

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Sistema foi utilizado no último domingo, quando cidadãos da capital argentina votaram nas primárias nacionais e municipais

Bandeira da Argentina Foto: Pixabay

A cidade de Buenos Aires, capital da Argentina, não usará o voto eletrônico para eleger o próximo prefeito, nas eleições de 22 de outubro, depois de problemas e críticas da Justiça sobre seu desempenho nas primárias do último domingo (13), disseram fontes oficiais na última sexta-feira (18).

Um comunicado do Instituto de Gestão Eleitoral (IGE) de Buenos Aires apontou que a decisão da juíza federal com competência eleitoral María Servini, de deixar sem efeito o acordo com o Tribunal Eleitoral de Buenos Aires, “torna abstrato o debate sobre o uso da chamada Cédula Única Eletrônica (BUE) nas próximas eleições”. Após a decisão do tribunal, o IGE está trabalhando para projetar um novo sistema.

Os cidadãos de Buenos Aires tiveram que votar duas vezes no último domingo, já que, simultaneamente às primárias nacionais para a definição dos candidatos a presidente – para as quais foram usadas cédulas de papel -, a cidade realizou primárias municipais, mas usando um sistema de votação eletrônica por decisão do prefeito, Horacio Rodríguez Larreta, que governa a capital desde 2015.

O IGE declarou que os atrasos em 13 de agosto em alguns casos foram resultado das “dificuldades impostas pela concorrência com dois instrumentos”. O órgão encontrou falhas em 251 urnas de votação da BUE, das quais 166 foram consertadas nos próprios locais e outras 85 tiveram de ser substituídas.

O IGE atribuiu os atrasos na abertura das seções eleitorais ao alto número de ausências de mesários e à não aplicação do sistema de votação simultânea que havia sido aprovado para a ocasião.

Apesar disso, o IGE enfatizou que a eleição foi concluída sem problemas e que apenas sete dos 1.097 centros de votação tiveram que estender a jornada em uma hora e meia, até as 19h30, e que às 21h30 os primeiros resultados das primárias para a prefeitura estavam disponíveis com 70% das seções eleitorais apuradas.

Jorge Macri, primo do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), obteve 28,71% dos votos e será o candidato da coalizão Juntos pela Mudança em outubro, ao derrotar o deputado Martín Losteau, que recebeu 27,21%.

A coalizão governista está otimista em manter o comando da capital argentina, já que, com a soma desses dois candidatos, obteve 55,92% do total de eleitores, com ampla vantagem sobre o candidato peronista da União pela Pátria, Leandro Santoro (22,17%), e o candidato de direita da frente A Liberdade Avança, Ramiro Marra (12,95%).

*EFE

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