ANALOGIA DO BILBOQUÊ

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As crianças de hoje, encantadas pelo celular, não conhecem esse antigo brinquedo. Naturalmente também não se interessam por bolinhas de gude, não buscam nas árvores uma forquilha e produzem uma atiradeira. Muito menos buscam no entulho uma lata de azeite FANADOL para construir um carrinho de molas. Isso é compreensível, pois essa fábrica de azeite não existe mais.

Tudo porque as crianças das gerações 40, 50 e até sessenta, viviam em um país que nem brinquedos fabricava. Isso sem falar de geladeiras, fogões a gás e outros tantos eletro domésticos, só chegavam ao Brasil pelo exterior. Minto, carrinhos de madeira e outras produções artesanais já faziam parte dos desejos infantis daquelas décadas. Como também as bruxinhas de pano, que as meninas da época embalavam.

Mas, vamos ao bilboquê que alguns denominavam biblioque e outros bilboquê. Uma questão de regionalismo. Mas isso não importa, trata-se do mesmo brinquedo. Era uma esfera de madeira do tamanho de um ovo, presa a um cordão onde uma empunhadura de madeira, com um pino que se acoplava perfeitamente a bola, se fosse inserido nela. A dificuldade da brincadeira era com apenas uma mão, fazer a bola girar presa ao cordão e, com a empunhadura, de maneira a tentar inserir o pino no orifício da bola.

Particularmente, nunca consegui introduzir o pino na bola, por mais que houvesse tentado centenas de vezes. Todavia, acredito que o nosso Alexandre “cabeça de ovo” tinha em sua infância o bilboquê como seu brinquedo preferido. Nas decisões monocráticas proferidas nos dias de hoje, o acusado é idêntico a uma bola amarrada ao cordão da lei, o Ministro gira a vítima para todos os lados e, de repente, com uma habilidade própria de psicopatas travestidos de juízes, introduz seu ávido falo.

“Touchet”, a justiça foi feita!

Guto de Paula

Redator da Central São Francisco de Comunicação

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