Deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: Cleia Viana/Câmara
Cláudio Humberto
Como nas eleições municipais pipocam pesquisas sobre intenção de voto, na Câmara os deputados vivem atualizando estimativas sobre a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Casa. Aliados de Hugo Motta (Rep-PB) circulam com tabela apontando larga vantagem sobre Elmar Nascimento (União-BA) e Antonio Brito (PSD-BA): 340 votos para o paraibano. O mais experientes nessas estimativas consideram as traições habituais e o apoio do governo. São poucos votos, mas valiosos.
Braço direito
O principal articulador de Hugo Motta no governo é Silvio Costa Filho, correligionário e ministro de Portos e Aeropor
Na janelinha
Para pressionar os partidos, a tropa de Motta negocia cargos na Mesa e presidências de comissões. Leva os melhores quem fechar primeiro.
Promessa de político
Do lado de Brito e Elmar, essa avaliação é considerada “precipitada”. Elmar, por exemplo, já chegou a contabilizar promessa de 310 votos.
Filme queimado
O problema de Elmar é a rejeição entre o baixo clero e o PT baiano, que o sabota. Já Antonio Brito é visto como “governista demais”.
Senadores já discutem ‘reeleição’ de Alcolumbre
Enquanto a disputa pela sucessão na Câmara dos Deputados pega fogo, a corrida pela presidência do Senado em 2025 já é tratada como “certa” pelos parlamentares: o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (União-AP), deve voltar ao comando da Casa. Senadores do PSD, União Brasil (e até da oposição) ouvidos pela coluna têm tanta certeza da vitória de Alcolumbre que já usam a disputa da sua presumida reeleição, em 2027, como moeda de troca já este ano.
Compromissos
Projetos como mandatos para ministros do STF e limitações de decisões monocráticas são “fundamentais” para Alcolumbre ter votos na oposição.
Termômetro não-oficial
O impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF) tem servido como “termômetro” para a oposição no Senado, que cresceu.
Além-oposição
O pedido de impeachment tem mais votos (36) que o candidato da oposição a presidente do Senado em 2023, Rogério Marinho (32).
Cobrando coerência
Processado por chamar Lula de ladrão, Nikolas Ferreira (PL-MG) diz que chamará três testemunhas: Gilmar Mendes (STF), Michel Temer (ex-presidente) e Geraldo Alckmin (vice-presidente). Todos já manifestaram publicamente declarações semelhantes à do deputado.
Explica, ministro
Marcos Pollon (PL-MS) quer que Renan Filho (Transportes) explique propaganda do ministério mostrando símbolo do PT e uma deputada do PCdoB. O deputado vê abuso de poder para beneficiar o partido.
Censura em debate
Denúncias de censura de autoridades americanas fizeram o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) pedir reunião com deputados dos Estados Unidos para abordar a censura ao X (ex-Twitter).
Troca na véspera
O deputado Gabriel Nunes (PSD-BA) quer mudar lei e autorizar troca de candidato a vice até na véspera da eleição. Hoje só pode fazer isso 20 dias antes. Diz que renúncias no prazo atual ameaçam a chapa toda.
Pais de pet
O deputado Duda Ramos (MDB-RR) pretende limitar cobrança a 10% da hospedagem para quem se instalar em locais pet friendly. Quer interferir em empresas alheias coibindo o que chama de “cobranças abusivas”.
Ainda é pouco
Avança na Câmara projeto que suspende CNH e até o direito de pegar empréstimo de marginais flagrados pichando. De autoria de Bibo Nunes (PL-RS), o projeto teve parecer favorável na Comissão de Comunicação.
Superior em queda
O governo prevê menos alunos matriculados no ensino superior em 2027. Enviou ao Congresso Nacional proposta para reduzir de 43,4% para 42,6% o número de matrículas no Plano Plurianual 2024-2027.
Olha no que deu
A idéia de jerico do “bombeiro federal” caiu em terreno fértil na Câmara. Célia Xakriabá (Psol-MG) quer “criar” os brigadistas florestais. Problema com incêndios florestais? Para essa gente, a solução é criar cargos.
Pensando bem…
…discurso na ONU em Nova York não elege prefeito.
DIÁRIO DO PODER – COLUNA DO JORNALISTA CLÁUDIO HUMBERTO