Resultado ilustra discrepância do governo Lula 3 na proporção entre homens e mulheres no comando das pastas federais
Lula reunido com ministras mulheres para jogo da Seleção feminina na Copa de 2023 Foto: PR/Ricardo Stuckert
O primeiro ano do terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi marcado por uma diferença acentuada na proporção das agendas do chefe do Executivo com ministros homens e com ministras. Segundo um levantamento divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, o petista se reuniu em 86% das vezes com a base masculina de seus ministérios e apenas 14% com a base feminina.
A proporção em questão é o retrato do desequilíbrio no número atual de pastas chefiadas por homens e por mulheres no governo. Com a saída de duas ministras no ano passado para acomodar nomes do Centrão, a gestão federal encerrou 2023 com apenas nove mulheres, o que representa 24% dos 38 ministérios.
O levantamento da Folha aponta que os dez ministros com quem Lula mais se reuniu são homens. No topo da lista estão Alexandre Padilha (Relações Institucionais), com 103 encontros; Rui Costa (Casa Civil), com 78; Paulo Pimenta (Secom), com 70; e Fernando Haddad (Fazenda), com 63.
Já entre as mulheres, os números são bem menores e as ministras com quem Lula mais se reuniu foram Esther Dweck (Gestão), com 22 encontros; Nísia Trindade (Saúde), com 20; e Simone Tebet (Planejamento), com 16.
À Folha, no entanto, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) alegou que “não há qualquer relação entre o número de reuniões individuais realizadas pelo presidente Lula com as ministras mulheres e a importância dada pela atuação gestão à promoção da igualdade de gênero”.
A Secom declarou ainda que “o presidente tem mantido diálogo permanente com todos os ministros e ministras de Estado, não só em reuniões ministeriais, como também em outras agendas, como por exemplo, nas viagens nacionais e nas missões internacionais, telefonemas e outros contatos”.