A última morada

Cemitérios

Jornal Içarense: Charge e Editorial

Em Barreiras muitos lamentam o estado atual do Cemitério São João Batista, degradado pelo tempo e abandono pela gestão municipal.

A preferência do gestor, todos sabem, é pelo asfaltamento e embelezamento das nossas ruas e cemitério, por ser um recinto fechado, onde muitos não querem ir, fica sempre no esquecimento, só sendo lembrado na proximidade do dia de finados, quando invariavelmente há uma caiação em suas paredes e capinação no seu interior.

É sabido que os gestores preferem obras que apareçam aos olhos dos munícipes, e limpeza e manutenção de cemitérios  sempre foram postergadas.

O Cemitério de São João Batista, no centro da cidade, está superlotado, não havendo espaço para novos sepultamentos, a não ser os que ao longo do tempo tenham adquirido seus locais.

Por ser antigo, o cemitério não possui nenhum critério de ordenamento de suas ruas, sendo uma verdadeira Torre de Babel. Localizar o local onde determinado cidadão foi sepultado, é um jogo de adivinhação, complicado muito mais após o sepultamento do antigo encarregado, que na ponta da linga informava onde fulano ou sicrano descansam.

Ontem verificamos que há naquele local pessoas que trabalham numa rústica pintura dos muros e, ainda, há uma pá carregadeira provavelmente para juntar os entulhos que advirão daquela empreitada.

O que a sociedade reclama não é um tratamento tão simplório para o cemitério, mas um serviço que pelo menos venha justificar o necessário respeito dos que lá descansam e, evidentemente, dos que vez ou outra lá comparecem para reverenciar seus entes queridos.

Há de se convir, também, que os outros cemitérios locais também enfrentam problemas estruturais e, por isso mesmo, devem sofrer intervenções do nosso gestor, mesmo que saibamos que os gastos não terão o retorno que sempre é esperado pela administração.

Itapuan Cunha

Editor

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