Uma vaga ao Senado na chapa majoritária. Essa pode ser a cartada final do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (UB) para contar com o apoio do PP na Bahia. O Bahia Notícias já revelou que o “bate cabeça” na base petista (veja aqui) pode resultar em dissidentes do projeto eleitoral da base do PT e elo para a chegada do partido seria o deputado federal Cacá Leão (PP), filho do vice-governador e secretário estadual de Planejamento João Leão (relembre aqui).
Aliados do ex-prefeito têm apontado que Leão acredita que será governador interino da Bahia e que não contaria com uma aliança com o União Brasil no estado. Apesar disso, o ajuste estaria sendo articulado em Brasília (veja aqui). Outro interlocutor apontou ao BN que Ciro Nogueira tem apresentado um “interesse grande nessa aliança” por conta de uma situação desconfortável em Brasília: justificar o apoio ao PT na Bahia.
Outra variável que pode pesar além da vaga ao Senado é o interesse da parceria com o União Brasil em outros estados. Um dos aliados também ressaltou ao Bahia Notícias que uma aliança do PP com UB poderia significar a reeleição dos quatro federais eleitos atualmente – Cláudio Cajado, Ronaldo Carletto, Mário Negromonte Jr. e, claro, Cacá Leão, filho do vice-governador – fato que atualmente não vem sendo dado como certo.
A ideia de Neto é aguardar, segundo outro aliado. A chegada do PP em uma eventual base de apoio só “prosperaria se Leão sobrasse nesse embrólio”, apontou. A movimentação de Neto através de Brasília também teria outro motivo, a valorização do passe do PP no ajuste com o PT e o PSD na composição da chapa rival. Apesar disso, boa parte do grupo de aliados do pré-candidato ao governo acredita que o PP ainda pode “sobrar” nas negociações.
NO COMPASSO DA ESPERA
Esperar e esperar. Interlocutores de Neto apontaram ao BN que a estratégia de ACM Neto é manter o compasso de espera da montagem da chapa rival para que ele não acabe “ajudando a resolver o problema” da outra chapa. Apesar de não criar expectativas, a manutenção do conflito pode fazer com que os dissidentes cheguem à base de apoio do ex-prefeito.
Além do PP, o PSD não é descartado por Neto. Aliados ressaltaram que tanto Otto Alencar (PSD) e João Leão (PP) querem ser atendidos e alguém dentro do bloco petista terá que ceder. Essa concessão poderá então deixar um deles insatisfeito – com maior possibilidade do PP ser essa legenda -, gerando a migração do apoio. “Tem que ver se é blefe ou não”, comentou um dos aliados.
NADA DE NETO
Ao BN, o deputado federal Cacá Leão negou o ajuste com o ex-prefeito ACM Neto. “Nosso grupo político, PP, PT, PSD e demais partidos da base, segue unido e qualquer nome que venha disputar a sucessão estadual tem potencial de ganhar. Quero deixar claro que ganha eleição quem tem grupo e o nosso está firme e forte”, disse.