O corpo da delegada e coordenadora da Central de Flagrantes de Salvador, Emília Blanco, 71 anos, foi sepultado na manhã desta sexta-feira (31). Ela foi vítima de complicações provocadas pela gripe e morreu nesta quinta-feira (30). Delegados de diversas áreas e outros colegas de profissão estiveram no cemitério Jardim da Saudade, em Brotas, para se despedir da veterana e confortar a família.
A titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam/ Brotas), Bianca Andrade, contou que conheceu e se aproximou de Emília há dois anos, por conta do trabalho, mas que logo as duas se tornaram amigas. A seriedade com que Emília encarava a profissão deu à veterana ares de professora.
“Trabalhei cerca de três anos em Feira de Santana e quando vim para Salvador fui lotada na Deam de Brotas. Depois de seis meses assumi a titularidade e a partir de então tive um vínculo mais próximo com ela. Criamos uma amizade e ela era como uma professora. Eu dizia pra ela que um dia queria ter a firmeza, a sabedoria e a força dela. Foi uma perda muito grande pra mim, como pessoa e como profissional. A polícia está de luto”, disse.
Emília atuou em diversas áreas da polícia (Foto: divulgação) |
O corpo deixou a capela C sob aplausos e foi sepultado com salvas de tiros. O delegado João Gaudêncio atua no departamento de inteligência da Polícia Civil da Bahia e trabalhou diretamente com Emília. Os dois eram amigos há cerca de 20 anos. Ele contou que Emília era uma pessoa intensa, agitada e muito exigente consigo e com o trabalho dos colegas, por isso, era considerada uma referência.
Ele contou que Emília era uma pessoa intensa, agitada e muito exigente consigo e com o trabalho dos colegas, por isso, era considerada uma referência.
“Para uma pessoa que atua fora da atividade de polícia e que não consegue entender a dimensão do que é essa atividade, é difícil compreender o que é a relação interpessoal em uma instituição que lida com o que há de pior, com tudo aquilo que as pessoas não querem ver e que existe na sociedade. É uma atividade muito desgastante, então, ter no convívio pessoas que conseguem tornar isso mais leve e palatável é importantíssimo. Emília era assim, por isso era essa é uma perda muito grande para a polícia”, disse.
Foto: Marina Silva/CORREIO |