MP investigará ação que matou 26 criminosos do ‘novo cangaço’

Combate a Assaltantes

QUEM MATOU TANTA GENTE?


Operação conjunta da Polícia Militar de MG e PRF terminou com a morte de 26 suspeitos Foto: Divulgação/Polícia Militar de MG

O Ministério Público de Minas Gerais e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do estado vão investigar a operação que terminou com 26 supostos criminosos mortos e nenhum policial ferido na madrugada de domingo (31), em Varginha. A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais, também vai acompanhar os trabalhos em função, principalmente, do elevado número de óbitos.

Os supostos criminosos mortos são suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em assaltos do chamado “novo cangaço”. A suspeita da polícia é que o bando participou do assalto em Araçatuba, no interior de São Paulo, quando explodiram dois bancos. Na ação, os bandidos usaram reféns como escudos humanos, enfrentaram a polícia e minaram o Centro da cidade com explosivos para espalhar pânico entre a população.

O promotor de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP-MG, Igor Serrano, que está de férias, disse ao Estadão que o órgão se reunirá na quarta-feira (3), em Varginha, para definir uma comissão e as estratégias de ação.

– Antes de qualquer manifestação, vou me inteirar dos acontecimentos – disse ele.

Todos os 26 corpos foram levados para o IML de Belo Horizonte, que havia identificado oito deles até as 18h desta segunda (1º), todos procedentes de Uberaba, no Triângulo Mineiro. Um homem que seria o caseiro de um dos dois sítios que a quadrilha mantinha como base está entre os óbitos. Segundo a PM, ele integrava o bando.

PM REBATE CRÍTICAS
O chefe de jornalismo da Polícia Militar de Minas Gerais, tenente-coronel Flávio Santiago, disse que as críticas refletem desconhecimento de questões operacionais envolvendo “quadrilhas de alto índice de beligerância”. Ele citou a apreensão de armas de guerra – como uma .50 com poder de fogo contra tanques e blindados – além mais de 5 mil munições.

– São pessoas que não se entregam, utilizam às vezes até cocaína e outros alucinógenos para aumentar a capacidade de enfrentamento – justificou o tenente-coronel.

Para ele, sugerir que a ação teve indícios de execução e “analisar um fato desse numa mera matemática de equilíbrio é infame”. Santiago diz que a ausência de policiais feridos se deve ao fato de que o elemento surpresa estava com a corporação.

*AE

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