Mael Vale
O embate entre os Poderes ganhou um novo capítulo neste domingo (27), após o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, reagir publicamente à decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu 48 horas para que parlamentar esclareça declarações relacionadas ao uso de emendas parlamentares como instrumento de pressão política.
Sem economizar nas palavras, Sóstenes foi às redes sociais para afirmar que “um deputado eleito não se curva a ameaças” e que não aceitará “censura” nem “intimidação”.
O deputado também reforçou o discurso em defesa da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, que têm mobilizado a Oposição.
“O Parlamento é livre. Deputado eleito pelo povo não se curva a ameaças de ministro do STF. Fazemos política com transparência, dentro da Casa do Povo. E a luta pela anistia é justa, constitucional e legítima. Não aceitaremos censura, não aceitaremos intimidação”, escreveu.
“Surpreendido pela imprensa”
A reação veio horas depois da decisão de Dino, que quer esclarecimentos sobre uma entrevista concedida por Sóstenes ao jornal O Globo. Nela, o deputado sugeriu que poderia romper um acordo firmado com líderes partidários e com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB), sobre o controle das emendas de comissão — caso o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro não seja pautado.
O ministro do STF viu na fala uma possível tentativa de usar verbas públicas como moeda de troca política, o que pode ferir o acordo entre o Legislativo e o Judiciário que deu fim ao chamado “orçamento secreto”.
Sóstenes, por sua vez, afirmou que ainda não recebeu nenhuma notificação oficial da decisão judicial. Mas prometeu responder à altura, caso seja oficialmente intimado:
“Quando receber, a responderei com a firmeza, transparência e equilíbrio necessário”, escreveu, encerrando a mensagem com a hashtag: #AnistiaJá.