Autonomia do Banco Central: relator descarta acordo com o governo

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“Não vejo como alterar meu relatório”, pontuou o senador Plínio Valério (PSDB-AM)

Relator da PEC que amplia a autonomia do Banco Centrral, senador Plinio Valério. (Foto: Agência Senado)

Deborah Sena

O governo Lula quer levar à negociação o relatório do senador Plínio Valério (PSDB-AM) sobre a PEC que amplia a autonomia do Banco Central, antes da votação, agendada para esta quarta-feira (17), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. Mas errou na forma e no ‘timing’ das tratativas. Valério revelou ao Diário do Poder, que o Planalto anunciou, por meio do líder Jaques Wagner (PT-BA), que iria propor mudanças ao parecer, mas não sentou para negociar com o relator até o fim da tarde desta terça-feira (16).

“Foi feito o pedido vistas. O Jaques [Wagner] disse que o governo queria uma acordo. Iam entrar em contato comigo. Mas não entraram até esse exato momento”, detalhou o senador.

E completou: “A forma como eles conduziram: dizer que querem acordo, sem procurar o relator, fica muito difícil. Não vejo como alterar meu relatório amanhã”.

O ponto central que o governo Lula busca alterar é a qualidade de empresa pública atribuída ao Banco Central, no parecer do tucano.

‘Agora é tarde’. 

 Além de deixar a proposta de acordo para ‘cima da hora’, o governo deve usar a intervenção do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), autor da PEC, para convencer Plínio a alterar o relatório, em reunião que ocorrerá, amanhã às 8h30, no gabinete do relator.

O que eles querem propor é que não seja empresa pública, para manter [o BC] como autarquia. Mas essa mudança é a essência da PEC. Acho muito difícil um acordo. Amanhã às 8h30 tem essa conversa, e às 10h tem a CCJ. E lá eu não vejo como alterar o relatório”.

DIÁRIO DO PODER

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