O deficit primário, que exclui o pagamento de juros da dívida, alcançou R$ 280,2 bilhões no acumulado de 12 meses, o maior valor desde julho de 2021 (quando totalizou R$ 305,5 bilhões). O Banco Central divulgou esses dados em seu relatório de estatísticas fiscais nesta sexta-feira, 28 de junho de 2024.
O setor público consolidado, composto por União, Estados, municípios e estatais, registrou um deficit primário de R$ 1,062 trilhão nos últimos 12 meses até maio. Esse é o maior saldo negativo da série histórica, iniciada em 2002. Mesmo excluindo os juros da dívida, o rombo nas contas públicas está em alta e atingiu o maior valor desde junho de 2021.
Em maio, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deficit continuou a crescer, apesar da arrecadação recorde de R$ 203 bilhões no mês, a maior desde 1995.
O deficit nominal, que inclui os juros da dívida, corresponde a 9,57% do Produto Interno Bruto (PIB). Em abril, o saldo negativo havia sido de R$ 1,043 trilhão. O pagamento de juros da dívida, que totalizou R$ 781,6 bilhões nos últimos 12 meses até maio, é o maior valor registrado na série histórica.
Esse aumento nos juros da dívida é, em parte, explicado pela taxa básica de juros, a Selic, que permanece em 10,5% ao ano.
Em maio, o país registrou um deficit nominal de R$ 138,3 bilhões, o maior para o mês desde 2020. O setor público gastou R$ 74,4 bilhões com o pagamento dos juros da dívida. O deficit primário (sem considerar os juros) foi de R$ 63,9 bilhões, também o maior valor para o mês desde 2020.
O recorde histórico do deficit nominal, corrigido pela inflação, ocorreu em outubro de 2020, quando atingiu R$ 1,299 trilhão nos últimos 12 meses. Já o recorde do deficit primário (excluindo a dívida pública) foi em dezembro de 2020, somando R$ 887,5 bilhões no acumulado de 12 meses.