A Globo admitiu publicamente, pela primeira vez, que terá prejuízo financeiro com a transmissão dos Jogos Olímpicos de Paris, que ocorrerão entre julho e agosto. A declaração foi feita nesta terça-feira (4) durante um painel sobre esporte na Rio2C, evento de mídia realizado no Rio de Janeiro.
Joana Thimoteo, diretora de eventos esportivos do Grupo Globo, fez a afirmação. O painel também contou com a participação de Gustavo Serra, Chief Content Officer (CCO) e sócio na Play9, agência de conteúdo digital fundada pelo youtuber Felipe Neto.
Thimoteo destacou que a transmissão das Olimpíadas de Paris é uma equação complexa, mas vale a pena por vários motivos, especialmente pelo valor institucional para a maior emissora do país. “A Olimpíada é uma marca institucional da Globo. Não pensamos em faturamento. A Olimpíada tem algo que um campeonato de futebol não tem. No futebol, você torce para o seu time, não para o outro. Escolhemos transmitir e investir no esporte olímpico porque é importante para nós”, afirmou.
A Globo decidiu que manter os direitos de transmissão de eventos importantes era essencial, mas reconheceu a necessidade de mudar o modelo de aquisição desses eventos. “Não podemos fingir que está tudo bem financeiramente em todo o mercado, mas tomamos uma decisão muito sólida”, disse Thimoteo. Em termos de audiência, a expectativa da Globo para as Olimpíadas de Paris é alta.
“A Globo aposta que a audiência será positiva devido ao fuso horário, com eventos acontecendo de manhã e à tarde. As concorrências serão complementares. Não competimos entre nós, mas pela atenção do público como um todo”, explicou a executiva, referindo-se ao Cazé TV, canal no YouTube que também exibirá os Jogos Olímpicos de Paris.
Joana Thimoteo também anunciou que o SporTV 2 terá sinal em 4K, de ultra definição, durante os Jogos Olímpicos. Todos os sinais de eventos disponibilizados pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) serão oferecidos pelo Globoplay.