Com o governo Lula, percepção de que o Brasil está ‘na direção errada’ chega ao maior patamar; VEJA NÚMEROS

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Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

De acordo com uma nova pesquisa do instituto Ipsos, obtida com exclusividade pelo jornal O GLOBO, a maioria da população brasileira acredita que o país está “na direção errada”. Cerca de 57% dos brasileiros compartilham dessa percepção, o maior patamar registrado durante o atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência. Por outro lado, 43% acreditam que o Brasil está no rumo certo, um índice quatro pontos percentuais abaixo do observado em abril.

Com esses novos resultados, o Brasil subiu da 22ª para a 21ª posição no ranking das populações mais críticas em relação aos rumos da nação, ultrapassando a Polônia. Vale ressaltar que, mesmo com essa visão negativa, os brasileiros ainda manifestam avaliações mais positivas sobre o próprio rumo do país do que a média global. No levantamento “What Worries the World”, que considera 29 países pesquisados, 62% das pessoas em todo o mundo afirmaram ver suas nações “na direção errada”.

A última vez em que pelo menos 55% dos brasileiros haviam declarado que o país estava caminhando no rumo errado foi em dezembro de 2022, último mês da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando 70% tinham essa percepção.

Quando questionados sobre suas maiores preocupações, 46% dos brasileiros apontam o crime e a violência como temas centrais, um aumento de cinco pontos percentuais em relação ao resultado de abril. O CEO da Ipsos, Marcos Calliari, atribui esse agravamento da percepção de insegurança à tragédia que atinge o Rio Grande do Sul, com registros violentos relacionados a crimes, assassinatos, desaparecimentos e violências ocorridas durante enchentes. Além disso, roubos e atos de pirataria também contribuíram para elevar a preocupação com a segurança.

Em comparação com outras nações, apenas as populações do Chile (69%)Suécia (64%)África do Sul (56%)Peru (54%) e México (52%) manifestam mais preocupação com a questão da violência do que os brasileiros.

No mês anterior, a principal preocupação declarada no Brasil havia sido a saúde pública, mas agora ela figura em segundo lugar no ranking, citada por 40% dos entrevistados (contra 42% na pesquisa anterior). A pobreza e desigualdade social, mencionadas por 39% das pessoas, completam esse pódio de preocupações.

Globalmente, a inflação é o tema mais citado como principal vilão, com 34% das menções. No Brasil, porém, apenas 23% dos entrevistados apontam a alta dos preços como sua maior preocupação, colocando o país na 26ª posição do ranking mundial em relação a esse tema.

A pesquisa “What Worries the World” foi realizada por meio de um painel on-line com 24.686 pessoas de 29 países, no período de 15 de abril a 3 de maio. No Brasil, cerca de mil respondentes entre 16 e 74 anos participaram. O Ipsos ressalta que a amostra brasileira não corresponde necessariamente a um retrato da população geral, mas sim a uma parcela “mais conectada” dos brasileiros, concentrada em centros urbanos, com maior poder aquisitivo e nível educacional mais elevado que a média nacional. A margem de erro estimada é de 3,1 pontos percentuais para mais ou menos.

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