O deputado André Janones, em sua defesa no processo por quebra de decoro parlamentar, alegou ao Conselho de Ética da Câmara que os servidores não eram obrigados a entregar parte dos salários, mas faziam “contribuições espontâneas”. Ele também afirmou ser vítima de “perseguição política” e solicitou o arquivamento da representação.
Em um áudio divulgado em novembro pelo Metrópoles, Janones comunicou que ficaria com parte dos salários dos servidores para recompor seu patrimônio, que havia sido prejudicado após as eleições de 2016, quando tentou se eleger prefeito de Ituiutaba (MG). Na gravação, ele mencionou a possibilidade de criar uma “vaquinha” para arrecadar R$ 200 mil para sua próxima campanha eleitoral.
No Conselho de Ética, o deputado questionou a veracidade da gravação, alegando que o grupo com quem estava reunido não era de servidores, mas “um grupo político”. Ele negou que se tratasse de “rachadinha” e afirmou que as contribuições eram espontâneas, sem valores definidos.
Janones também tentou relacionar as denúncias à família Bolsonaro, sugerindo uma suposta perseguição política. A defesa argumentou que o áudio foi editado e descontextualizado.
Apesar disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito para investigar “indícios da existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete” de Janones, com a quebra dos sigilos bancário e fiscal do deputado.