Para o jornal, epidemia custaria menos vidas se houvesse maior coordenação do governo com os municípios
O jornal O Estado de S. Paulo descreveu como “inaceitável” a falha do Ministério da Saúde no combate à dengue. Na visão do periódico, a epidemia que já soma mais de 3,3 milhões de infectados e 1,4 mil mortos “certamente custaria menos vidas se houvesse maior coordenação do ministério com os municípios”.
Como prova da “omissão das autoridades de Saúde”, o veículo de imprensa menciona a queda de 83,3% na contratação de agentes comunitários de endemias (ACEs) entre os anos de 2022 e 2023.
– Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) indicam que, em 2023, apenas 822 novos agentes comunitários de endemias (ACEs) foram contratados para atuar na linha de frente do combate ao mosquito Aedes aegypti pelo conjunto dos 5.568 municípios do país. No ano anterior, quando não se vislumbrava crise sanitária tão grave, mais 4.313 haviam entrado em ação. Os números estampam a mais recente omissão das autoridades de Saúde conhecida até o momento – diz o editorial.
O jornal destaca que epidemiologistas afirmam que o método mais eficiente para evitar surtos da doença é controlar o ciclo natural do mosquito Aedes aegypti.
– Além da pulverização de inseticida e da inspeção de residências e áreas comuns, o trabalho dos ACEs é imprescindível para impedir o avanço da dengue e das demais arboviroses, especialmente quando o país ainda se encontra distante de imunização universal contra a dengue no país – acrescentou.
O Estadão também apontou o corte de verbas do Ministério da Saúde à propaganda de alerta à cidadania, mesmo diante de alertas sobre a epidemia no verão.
– O Ministério da Saúde pode não ter se mantido totalmente omisso, como demonstram suas ações para manter estoques adequados de medicamentos contra a doença e os repasses de recursos para a vigilância sanitária de estados e municípios no fim de 2023 e no início deste ano. Mas, diante das 1.457 mortes por dengue confirmadas até o último dia 17, outras 1.929 continuam em investigação, será difícil validar sua atuação como eficaz – pondera o periódico.
Por fim, o texto enfatiza que é “inaceitável, tal falha não pode mais se repetir”.
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