Estadão e Folha se queixam sobre política intervencionista de Lula

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15 de março de 2024 ItapuanLeave a Comment

Os dois jornais foram unânimes ao apontar a postura do presidente como alarmante

Lula ao lado de Jean Paul Prates, presidente da Petrobras Foto: PR/Ricardo Stuckert

A postura intervencionista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) despertou insatisfação em meio à imprensa. Entre esta quarta (13) e quinta-feira (14), os jornais O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo publicaram editoriais criticando a “interferência política” do petista em empresas como Vale e Petrobras.

Para o Estadão, Lula já deixou claro o seu objetivo de “tomar de assalto as grandes empresas brasileiras para bancar seus projetos delirantes”. O periódico citou como exemplo a carta de renúncia de José Luciano Duarte Penido, um conselheiro independente da Vale, que decidiu deixar a empresa sob a justificativa de que o processo de sucessão do CEO da Vale tem sido manipulado por influência política.

O jornal reflete que a manifestação de Penido serviu para confirmar o que o próprio Lula já expressou com palavras: a sua ideia de submeter empresas ao “pensamento do governo”.

– É notório o interesse de Lula da Silva em infiltrar um feudatário na Vale e fazer dela uma financiadora de seu, em suas próprias palavras, “pensamento desenvolvimentista”. Há meses o nome de seu fiel escudeiro e ex-ministro Guido Mantega circula como seu preferido. O mesmo Mantega que presidiu o conselho de administração da Petrobras na segunda gestão petista, em que a companhia amargou o maior endividamento do mundo, e isso não é força de expressão, ao ser colocada a serviço do lulopetismo desvairado – apontou o jornal.

Na avaliação do veículo de imprensa, Lula tem dado diversas demonstrações de que “não admite ser contrariado em seus objetivos intervencionistas” e que está “convencido de que o Estado paternalista e dirigista é a solução para o país”.

– É bom recordar que os problemas que a Petrobras enfrentou no passado recente não foram consequência somente da corrupção lulopetista que lhe saqueou os cofres, embora este seja um dos maiores riscos da ingerência política. O que elevou sobremaneira a dívida da empresa em relação a seu patrimônio foi uma gestão ruim, voltada ao atendimento dos anseios do governo e do Partido dos Trabalhadores. É isso, e apenas isso, o que Lula quer fazer com a Vale – disse o jornal.

“MANDONISMO GOVERNAMENTAL”
A Folha de S.Paulo não pensa diferente sobre esse tema. Em seu editorial, o jornal avaliou que Lula tem cobiça na Vale e na Petrobras, porque tratam-se de duas das três maiores empresas brasileiras em valor de mercado na Bolsa de Valores.

O periódico apontou que diversos sinais alarmantes de “mandonismo governamental” sobre as duas empresas acumularam-se recentemente, o que tem espantado investidores.

– O arroubo demagógico, acompanhado de surradas diatribes contra o mercado e os juros, só alimentou os temores de que o governo petista vá impor mais de sua agenda política e ideológica à gestão da estatal, como se nada tivesse aprendido com os escândalos de corrupção e prejuízos bilionários do passado recente – assinalou.

Para a Folha, a Petrobras e a Vale se tornaram menos vulneráveis às vontades do governo devido a melhorias em suas gestões nos últimos anos, mas as atitudes de Lula demonstram que as duas companhias seguem sob risco de uma “intervenção política espúria”.

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