Ponto de vista: A nova e mesma Casa da Bahia

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                                                        Por Joaci Góes

Ao casal amigo Desembargadora Gardênia Pereira Duarte e José Luiz Castro! 

Com o sentimento de grande honra, pela unanimidade dos que que compareceram às urnas, fomos reconduzidos, na última sexta-feira, 15/12,  para dirigir, por mais dois anos, o IGHB – Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, a mais antiga instituição cultural do Estado, reconhecido, em tese de dourado, pelo professor Aldo José Morais Silva como o principal centro do saber do Nordeste Brasileiro, entre sua fundação, em 1894, e a criação da Universidade Federal da Bahia, em 1946. A direção geral foi parcialmente renovada, com o ingresso de nomes como o Desembargador Baltazar Miranda Saraiva, o ambientalista Eduardo Athayde, a administradora Rosemma Maluf, o empresário Fausto Franco, o engenheiro Sérgio Fraga Santos Faria, a advogada Jamile Souza Calheiros dos Santos e a pedagoga Symone Maria de Freitas Moura, substituindo os que não puderam permanecer, como o escritor, memorialista e poeta Aramis Ribeiro Costa, os advogados Luiz Fisher, Raul Affonso Nogueira Chaves Filho e Ricardo Nogueira, o arquiteto Guarany Valença de Araripe e o historiador Luiz Américo Lisboa, que pediram para não serem reconduzidos, por impossibilidade de agenda. A esses companheiros que nos deixam, expressamos nossas palavras de agradecimento pela qualidade do seu qualificado contributo. 

O sentimento geral, dominante, entre dirigentes, associados e funcionários do IGHB, é o de regozijo pelo que se realizou, graças, em grande medida, à marcante contribuição de entidades como a ALBA – Assembleia Legislativa da Bahia e a PMS – Prefeitura Municipal de Salvador, nas pessoas do Presidente Adolfo Menezes, que possibilitou a restauração do anexo histórico, vandalizado pelo crime organizado, para roubar a fiação de cobre e outros materiais, além da realização de um programa editorial de grandeza e significado sem precedentes, e do Prefeito Bruno Reis que, entre outras atitudes, possibilitou a transformação em Museu Vivo do imóvel histórico que, no Largo da Lapinha, guarda as carruagens que transportaram o Caboclo e a Cabocla, no épico episódio libertário de 02 de julho de 1823, ali traduzido com imagens e som! 

Neste novo mandato, a meta maior é a digitalização da grande e histórica hemeroteca (coleção de jornais e revistas), para coloca-la, à distância, ao alcance de pesquisadores de todo o mundo, bem como para protege-la de um impensável acidente que destruiria parte substantiva da memória baiana, nordestina e nacional. Em seu depoimento escrito para a posteridade, o então governador Ruy Costa assegurou, de modo enfático, que o Estado da Bahia assumiria esse encargo, tão honroso quanto      necessário. 

Na prática, a histórica sede do IGHB, a maior estrutura em concreto, no Nordeste Brasileiro, ao tempo de sua edificação, já funciona como um Museu Vivo, onde pessoas trabalham e pesquisam, enquanto, diuturnamente, entre as 13 e as 18 horas, qualquer pessoa pode conhece-lo, em visita guiada por profissional habilitado(a). O programa de seminários e palestras ganhou marcante intensidade, com muitas dessas iniciativas transmitidas e preservadas pelos meios proporcionados pela moderna tecnologia. 

Nos estreitos limites deste texto, é de dever enfatizar as medalhas a serem anualmente outorgadas a pessoas ou instituições que se hajam destacado no campo de atuação de nomes relevantes e saudosos, como os historiadores Consuelo Pondé de Sena, Waldir Freitas de Oliveira, Luiz Henrique Dias Tavares e Cid Teixeira, ou personalidades como Roberto Santos, Edivaldo Boaventura e João Eurico Matta. 

Sem dúvida, a Casa da Bahia, fundada por Tranquilino Leovigildo Torres, em 1894, e, por mais de um século, dirigida por nomes exponencias como Teodoro Sampaio, Francisco Peixoto Magalhães Netto, Edith Mendes da Gama e Abreu, Frederico Edelweiss, Thales de Azevêdo, Jayme de Sá Menezes, Consuelo Pondé e Eduardo Moraes de Castro, está mais viva do que nunca. 

Tribuna da Bahia

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