Advogada informou que a morte ocorreu na manhã desta segunda-feira
Clériston Pereira da Silva (45) (Foto: reprodução Facebook).
Deborah Sena
A advogada Tanielly Telles de Camargo informou ao Diário do Poder que Clériston Pereira da Silva (46), um dos presos pelo 8 de Janeiro, morreu no presídio da Papuda na manhã desta segunda-feira (20).
A informação foi confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, que afirmou que o ‘custodiado’ teve mal súbito e recebeu socorro da equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde, localizada na penitenciária, até a chegada do SAMU e do Corpo de Bombeiros.
Clériston era portador de comorbidade atestada por laudos e obteve da Procuradoria Geral da República (PGR) parecer favorável à revogação de prisão, mediante medidas cautelares, mas os pedidos foram ignorados pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos.
“O requerente possui a sua saúde debilitada em razão da COVID 19, que lhe deixou sequelas gravíssimas, especificamente quanto ao sistema cardíaco, conforme laudo médico anexo. Esse fato deve ser entendido como uma situação elencada no art. 318, II, do CPP: “Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: II – extremamente debilitado por motivo de doença grave”, escreveu a defesa em uma das três petições encaminhadas ao STF.
A PGR assentiu no mês de setembro “pelo deferimento do pedido de liberdade provisória a CLERISTON PEREIRA DA CUNHA, cumulado com as medidas cautelares diversas da prisão”.
A advogada tomou conhecimento do ocorrido mediante o relato de um de seus assistidos: Geraldo Filipe, homem em situação de rua, preso pela depredação de prédios públicos sem provas que corroborem com seu envolvimento, de acordo com as informações da advogada.
Filipe também teria recebido aval da PGR para responder em liberdade, mas até agora a recomendação também foi ignorada por Moraes.
Tragédia anunciada
Segundo o relato da advogada ao Diário do Poder, Cleriston teve parada cardíaca por volta das 10h, quando companheiros de cela tentaram reanimá-lo.
Ainda segundo Tanielly, o socorro demorou ‘cerca de 25 minutos para chegar’. A informação do óbito teria chegado aos detentos por volta das 13h.
Sobre a morte de Cleriston, Tanielly afirma: “foi uma tragédia anunciada”.
DIÁRIO DO PODER