Medida vai agravar tensão sob o Ministério da Justiça e Segurança Pública, pasta de Flávio Dino
Polícia Federal Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Delegados de Polícia Federal anunciam para esta quinta-feira (16) a suspensão das atividades a fim de obter a reestruturação das carreiras da corporação. A classe está desapontada com o governo Lula e classificam como “desrespeito” a falta de comprometimento da gestão petista com reivindicações feitas pela corporação. Diversas atividades da PF sofrerão os impactos da decisão em todo o país, segundo lideranças do movimento.
A medida agrava ainda mais a situação do atual governo em meio à repercussão da visita feita pela “dama do tráfico” ao Ministério da Justiça – fora das agendas oficiais da pasta – e, também, à GLO em portos e aeroportos a fim de mitigar o exponencial crescimento do tráfico de drogas e armas no Brasil.
– Em plena crise da segurança pública, com o fortalecimento e a ampliação do domínio territorial por milícias, facções e narcotraficantes, o governo hesita em reestruturar e valorizar a Polícia Federal, assinando timidamente o decreto da GLO, um paliativo feitos às pressas – observa a delegada Tânia Prado, presidente da Federação Nacional dos Delegados da Polícia Federal.
Tânia expõe o demérito do governo Lula na luta contra o crime organizado e relata que “milícias coagem em plena luz do dia até mesmo órgãos públicos com a cobrança de taxa semanal”.
Este será o segundo ato dos policiais federais desde que o governo petista assumiu o Planalto, em janeiro deste ano. O primeiro foi em outubro, chamado “Dia D”, onde policiais se manifestaram nas superintendências regionais e demais unidades da PF. Em Brasília, na ocasião, aproximadamente 200 agentes, delegados e servidores se reuniram em frente à sede da instituição.
Nesta quinta-feira (16), o protesto terá maiores proporções. Em Brasília, está marcado um ato em frente à sede da PF, que seguirá para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, pasta comandada por Flávio Dino.
Os policiais federais destacam que não se trata de uma reivindicação classista, mas uma proposta da instituição, atrelada ao Ministério da Justiça.
– O que estamos vendo, no entanto, é um descaso do Ministério da Gestão e da Inovação com a direção da PF e com o Ministério da Justiça. A proposta já está com eles há meses e todas as reuniões são proteladas. É preciso acabar com esse desrespeito com os servidores da Polícia Federal e com a própria Direção da PF – diz o manifesto subscrito por representantes da categoria.