Michelle ironiza delação de Cid e brinca que sabe dar golpe

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Ex-primeira-dama reagiu com tranquilidade às delações do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro

Michelle Bolsonaro Foto.: Zack Stencil / PL

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) ironizou, neste sábado (11), as informações ventiladas na grande mídia acerca da delação do tenente-coronel Mauro Cid e disse que o único golpe que ela dá é durante treinos de luta.

O ex-ajudante de ordens da Presidência teria dito à Polícia Federal (PF) que Michelle incitava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a não aceitar a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dar um golpe de Estado, segundo o portal UOL.

– Recebi uma mensagem que meu enteado Duda [Eduardo Bolsonaro] e eu estávamos incitando o golpe. Eu, incitando golpe? Com qual arma? Minha Bíblia poderosa? – rebateu Michelle Bolsonaro durante evento do PL Mulher no Espírito Santo.

– Eu sei dar golpe e quero ensinar para vocês agora: jab, jab, direto, cruzado, up, esquiva, up – continuou a ex-primeira-dama, encenando os golpes no palco do evento. Ela disse praticar luta todas as terças e quintas-feiras.

Citado por Michelle, “Duda” é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ). Segundo a delação de Cid, ele formava, ao lado da esposa do ex-presidente e de aliados, um grupo que dizia que Bolsonaro teria o apoio da população e de pessoas armadas, como os CAC (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores) para prosseguir com um golpe de Estado.

Ainda na delação, Mauro Cid teria afirmado que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) teria incentivado o pai a reconhecer o resultado e admitir a derrota para o petista. A defesa de Jair e Michelle Bolsonaro afirmou que as acusações são “absurdas”, enquanto Eduardo disse que a “narrativa não passa de fantasia, devaneio”.

Responsável pela investigação, o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, disse ao Estadão que a delação de Cid ainda é uma “narrativa” e que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro ainda precisa comprovar as denúncias e informações repassadas em sua delação.

– Isso aí tem que ser corroborado. Pedi uma série de diligências que estão em curso – afirmou.

Em nota, nesta sexta (10), a defesa do ex-presidente e da ex-primeira-dama disse que as acusações da delação de Cid não são amparadas em elementos de prova.

– As afirmações feitas por supostas fontes são absurdas e sem qualquer amparo na verdade e, via de efeito, em elementos de prova. Causa, a um só tempo, espécie e preocupação à defesa do ex-presidente Bolsonaro que tais falas surjam nestes termos e contrariem frontalmente as recentíssimas – ditas e reditas -, declarações do subprocurador da República, dr. Carlos Frederico, indicando que as declarações prestadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, a título de colaboração premiada, não apontavam qualquer elemento que pudesse implicar o ex-presidente nos fatos em apuração.

*AE

 

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