Ex-governador do Ceará explicou razão para uso do termo
Ciro Gomes Foto: EFE/Fernando Bizerra
O ex-governador Ciro Gomes (PDT) ironizou, nesta terça-feira (7), uma fala proferida pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que na última semana afirmou que o termo “buraco negro” seria racista. Ao podcast de sua newsletter Brasil Desvendado, Ciro alfinetou a chefe da pasta federal e explicou a razão pela qual a expressão “buraco negro” recebe essa nomenclatura.
– Irmão, nós estamos ferrados e apartando em banda. Ô, cidadã, o buraco é negro por uma circunstância. A densidade é tão grande que a gravidade tende ao infinito e por ser máxima, drena tudo que está ao seu redor, inclusive e especialmente a luz. O que não tem luz é escuro e se é escuro é negro, por isso buraco negro. Em inglês é “black hole”. Tenha tenência, cidadã – disse.
A polêmica fala da ministra do governo Lula ocorreu no último dia 1° de novembro durante o programa Bom Dia, Ministro, veiculado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Na ocasião, Anielle disse que o termo “buraco negro” pode ser considerado racista, bem como o verbo “denegrir”.
– Denegrir é uma palavra que o movimento negro e que as pessoas que têm letramento racial não usam de forma nenhuma. Ou, por exemplo: “Saímos desse buraco negro”. A gente escuta muito isso. Hoje existem muitas palavras que a gente tem tentado muito, sempre que a gente pode, comunicar de maneira bem tranquila e dizer: “Olha, essa palavra é racista” – disse.
Além de criticar a fala da ministra, Ciro também utilizou sua fala para reprovar a viagem da ministra a São Paulo na final da Copa do Brasil, em setembro. Na ocasião, Anielle foi criticada por ter ido para o estádio em um voo da FAB.
– Já não chega a esculhambação de pegar um avião da FAB, se exibir, descer no estádio, dar uma carteirada para entrar no jogo e a principal assessora chamar uma torcida de pauliste. Isso é a cara do PT – completou o ex-governador.