Gilmar afirma que Lula não teria sido eleito sem o STF

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Ministro do Supremo ainda elogiou Barroso e o TSE por tornar Bolsonaro inelegível

A posição de Gilmar tem contornos mais graves em razão de se tratar do decano do STF, que pode refletir o pensamento dos demais ministros. (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

Davi Soares

Ao defender o protagonismo da cúpula do Judiciário do Brasil, criticado por interferências em questões políticas do país, o ministro Gilmar Mendes admitiu que o presidente Lula (PT) não estaria no Palácio do Planalto se o Supremo Tribunal Federal (STF) não tivesse combatido a Operação Lava Jato, que resultou na prisão do petista, em 2018, após sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, já anulada pelo mais alta corte da Justiça brasileira. As declarações foram dadas na França, durante o evento Esfera Internacional Paris, ontem (14).

“Muitos dos personagens que hoje estão aqui, de todos os quadrantes políticos, só estão porque o Supremo enfrentou a Lava Jato. Do contrário, eles não estariam aqui, inclusive o presidente da República [Lula]. Então, é preciso compreender que papel o Tribunal jogou. Respondendo à pergunta: ‘O Supremo cometeu erros ou acertos?’. O Supremo mais acertou do que errou. E o Brasil deve muito ao Supremo”, concluiu o ministro decano do STF.

Na mesma entrevista, Gilmar Mendes elogiou a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao rebater uma critica do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy ao discurso político, em vez de jurídico, do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ministro exaltou o papel da Justiça Eleitoral, como instrumento singular do Brasil, diante do mundo, para defesa da democracia. E citou a possibilidade de Donald Trump ser eleito presidente dos Estados Unidos, mesmo depois de sua atuação nos ataques ao Capitólio e contra a legitimidade da eleição de Joe Biden, em janeiro de 2021. Enquanto, no Brasil, o TSE já tornou Jair Bolsonaro inelegível, por desrespeitar a legislação eleitoral.

“Vocês viram o Trump pedindo a alguém da Geórgia que arranjasse alguns votos para ele. Isso, no Brasil, seria uma peça de humos. Porque tudo está centralizado na Justiça Eleitoral. Não teria como político arrumar votos. Agora, Trump pode ser condenado e eleito nos Estados Unidos. No Brasil, já demos resposta com a inelegibilidade [de Bolsonaro]”, concluiu Gilmar Mendes.

DIÁRIO DO PODER

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