Processo de grupo que bancou palestra com Moraes pode parar no STF

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Ministro é relator do inquérito das Fake News e participou de congresso bancado por grupo que tem empresa condenada por notícia falsa

A condenação foi por apoiar o grupo na divulgação e incentivo ao uso do kit covid (remédios ineficazes contra a covid-19) e divulgação de manifesto que os beneficiam. Foto: Carlos Moura/STF.

Mael Vale

A Unialfa, faculdade de direito de Goiânia que promoveu uma palestra na Universidade de Siena, na Itália; onde o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, participou, pertence ao Grupo José Alves, que também é dono do grupo farmacêutico Vitamedic. As informações foram apuradas pelo jornalista Eduardo Oinegue, âncora da Rádio BandNews FM e do Jornal da Band.

A empresa foi  foi condenada pela Justiça do Rio Grande do Sul junto com o grupo Médicos Pela Vida por danos morais coletivos à saúde no valor de R$ 55 milhões por apoiar a divulgação e incentivo ao uso do “kit covid” (remédios ineficazes contra a covid-19) e divulgação de manifesto que os beneficiariam. Ainda cabe recurso da decisão.

A Vitamedic é a fabricante no Brasil do remédio Ivermectina, aventado como remédio para curar a covid-19.

O diretor da Vitamedic, empresa do grupo que convidou Moraes, parou inclusive na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid pela divulgação do remédio ineficaz. O dono do grupo, José Alves, conseguiu um mandado do STF contra uma ordem da CPI para quebrar o sigilo telefônico e bancário dele.

A farmacêutica vendeu cerca de meio bilhão da Ivermectina e apoiou sem um estudo aprofundado do assunto a divulgação do remédio. Moraes é o relator do inquérito das Fake News e há dois anos abriu um processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por associar a vacinação da covid-19 com a AIDS. Agora aceitou realizar uma palestra por uma empresa investigada por fake news durante a pandemia da Covid.

Vale destacar que a empresa foi condenada e o processo em primeira instância deve chegar ao STF onde Moraes, é o relator do inquérito das Fake News.

A população como cidadã participante só ficou sabendo dessa complicada história pois não há transparência sobre os ministros do Supremo, pela confusão que houve no aeroporto internacional de Roma, quando Alexandre de Moraes foi hostilizado por três brasileiros enquanto retornava do evento na faculdade. O incidente ocorreu na sexta-feira (14), por volta das 18h45 no horário local.

DIÁRIO DO PODER

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