Ministro de Lula quer dar autonomia ao governo para demitir presidente do Banco Central

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Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, tem mandato até o fim de 2024

Edifício-sede do Banco Central | Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

Um dos aliados de primeira linha do governo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, saiu em defesa de mudanças na lei de autonomia do Banco Central (BC) de forma a autorizar o presidente da República a demitir o presidente da instituição.

Hoje, a lei diz que o presidente da República pode encaminhar ao Senado um pedido de exoneração antecipada do presidente do BC em caso de descumprimento de suas obrigações, entretanto a medida precisa ser chancelada pelos senadores.

“Nos Estados Unidos, o presidente eleito, depois de 12 meses de mandato, pode substituir o presidente do Banco Central independente”, afirmou Costa. “Porque se a nação legitimou um projeto econômico, de nação, através do voto, da democracia, isso é mais forte do que a concepção ideológica, o projeto de uma pessoa que está presidindo o Banco Central”, disse o ministro em almoço organizado pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).

Mandato de Campos Neto à frente do Banco Central

Banco Central
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. (CAE) | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem mandato até o fim de 2024. Rui Costa lembrou que o dirigente foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve seu projeto político-econômico derrotado nas urnas no ano passado.

“Aqui no Brasil, vamos ter que esperar o final do segundo ano do presidente para fazer substituição. É algo que precisaria ser ajustado na lei. Se é para adotar o projeto de Banco Central independente, vamos, ao menos, olhar o que tem dado certo em outros países”, defendeu o chefe da Casa Civil.

Rui Costa voltou a dizer que nenhum ator econômico do país defende a manutenção da taxa de juros. “Nada na gestão pública, na economia é bom tratar com dogmas”, defendeu o ministro.

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