Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados. Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados
Cláudio Humberto
Deputados entenderam como um “pedala” no governo as declarações em Nova York de Arthur Lira, presidente da Câmara, advertindo para a necessidade de empenho do governo para aprovar as regras fiscais. “Fernando Haddad é voz solitária na defesa da proposta”, diz o deputado Mendonça Filho (PE), do União Brasil, partido que tem cadeiras no atual ministério. “Falta convicção do próprio governo”, completou. Para o parlamentar e ex-ministro, “é um arcabouço meia-boca e insuficiente”.
Pedaladas, não
Mendonça diz ainda que sem punibilidade o texto não passa “dado o histórico do PT com o descalabro do governo Dilma”.
Travas
Lira também defende ajustes e cita a responsabilização caso as metas não sejam cumpridas para que a regra não fique “no limbo”.
Outra língua
Para o Novo, que defende a manutenção do teto de gastos, ‘o governo está na contramão do que pensa o parlamento’, diz Gilson Marques (SC).
Assim não dá
Roberto Duarte (Rep-AC) avalia que o texto pode até passar na Câmara, mas “com grande possibilidade de mudanças pelos deputados”.
A escolha de “Fred”, da Oi, levanta a suspeita no mercado
Lula põe ‘raposa’ da Oi no ‘galinheiro’ da Telebrás
O governo Lula decidiu substituir o presidente da estatal Telebras, Jarbas Valente, indicado pelo PSD de Gilberto Kassab, por Frederico de Siqueira Filho, diretor de Vendas Corporativas da Oi Soluções, empresa que não consegue encontrar soluções para a própria sobrevivência. No mercado, a substituição foi interpretada como “raposa da Oi no galinheiro”. A Telebrás, como a Oi, ainda existe pela teimosia: extinta durante a privatização da telefonia, no governo FHC, a estatal foi ressuscitada nos governos do PT.
Traqueotomia na pista
A escolha de “Fred” levanta a suspeita no mercado de que a interferência é para manter viva a agonizante Oi, às custas de quem paga impostos.
Só falta passar a chave
A intervenção do governo Lula objetivaria “salvar” a empresa considerada tecnicamente falida, com passivo que soma quase R$45 bilhões.
Tudo de novo?
A Oi é velha conhecida do noticiário sobre corrupção nos primeiros governos Lula, que incluiu o envolvimento de um filho do presidente.
São uns folgados
À frente de reduzida comitiva, o premiê da Holanda, Mark Rutte, visitou Brasília ontem no mesmo dia em que se soube do custo de R$6,6 milhões da viagem de Lula à China, só no âmbito do Itamaraty, para pagar hotel de luxo (R$3,2 milhões), aluguel de carros (R$1,8 milhão) etc.
Censura in natura
O Telegram foi atacado por advertir que “o Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão”. A reação contra o app revela a intenção de controlar a informação e punir a opinião.
Atraso iminente
Não se fala nisso para não cutucar a onça, mas, ao contrário do que se divulga, a indicação de Gabriel Galípolo para uma diretoria do Banco Central, foi mal recebida pelos economistas em geral, que o consideram “o caminho certo para inflação e desvalorização do câmbio.”
Sem pressa
Apesar do barulho, o governo não encaminhou ao Senado os nomes para diretorias do Banco Central, segundo Vanderlan Cardoso (PSD-GO), da Comissão de Assuntos Econômicos, que avalia as indicações.
O ‘novo normal’
Após depor, por ordem do ministro Alexandre de Moraes (STF), por falar em “ativismo judicial”, como muitos outros, o deputado André Fernandes (PL-CE) ironizou: “mais um dia normal na democracia brasileira”.
Liberdade só para amigos
Virou piada a mensagem de amores a jornalistas do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, no Dia da Liberdade de Imprensa, véspera do anúncio que seu governo quer banir do país a TV a cabo Fox News.
Acusação injusta
Pegou mal o ministro Gilmar Mendes afirmar que Curitiba tem o “germe do fascismo”. Precisou se retratar. “Não foi Curitiba o gérmen do fascismo; foi a assim chamada República de Curitiba”, disse o ministro.
Indenização assegurada
A Justiça bloqueou R$151,2 mil na conta bancária da mulher do ex-candidato Ciro Gomes (PDT), condenado a indenizar o vereador paulistano Fernando Holiday (União Brasil) por danos morais contra.
Pergunta aos especialistas
Em briga de juiz com juiz, quem mete a colher?
DIÁRIO DO PODER – COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO