Movimento cobra reforma agrária em fazenda que pertencia a grupo condenado por tráfico humano e exploração sexual
Davi Soares
Mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) lideraram a invasão de mais de 600 famílias à Fazenda São Lukas, no município de Hidrolândia, em Goiás, na madrugada deste sábado (25). O MST afirma que a fazenda era propriedade de um grupo criminoso investigado pela Polícia Federal e condenado em 2009 por crimes de exploração sexual e tráfico internacional de pessoas.
O MST diz que a “ocupação” faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, neste mês de março. E visa destina à reforma agrária a área que há sete anos integra o patrimônio da União.
E cita investigação da PF sobre 18 criminosos que, durante três anos, aprisionavam na fazenda dezenas de mulheres, inclusive adolescentes, para serem traficadas para a Suíça e submetidas a exploração sexual. O esquema tinha como vítimas mulheres goianas pobres, das cidades de Anápolis, Goiânia e Trindade.
Segundo o MST, a PF concluiu que a fazenda foi adquirida com dinheiro do tráfico humano e os criminosos chegaram a entrar na lista de foragidos internacionais da Difusão Vermelha da Interpol.
“Com nossa Jornada, denunciamos o crescimento das violências contra as mulheres do campo e esta área representa o grau de violências que sofremos. Exigimos que esta área, que antes era usada para violentar mulheres, seja destinada para o assentamento destas famílias, para que possamos produzir alimentos saudáveis e combater as violências”, argumenta Patrícia Cristiane, da direção nacional do MST.
O movimento cita que, entre 2019 e 2022, os casos de feminicídio cresceram 121,4% em Goiás. Ver Comentários
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