Há três décadas, a indústria nacional quebra recordes anuais de oferta do alimento
O Brasil registrou uma produção gigantesca de ovos em 2022. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) mostram que a oferta da indústria nacional quebra recordes anuais desde que os registros do órgão começaram, em 1997.
No ano passado, o Brasil atingiu a produção de 48 bilhões de ovos. De acordo com o levantamento realizado por Oeste com números IBGE, a indústria nacional mantém cerca de 180 milhões de galinhas poedeiras. Ou seja: aquelas usadas para a geração desse alimento. Em média, cada uma delas bota por volta de 270 ovos em um intervalo de 12 meses.
Quase todas as unidades são consumidas no mercado interno. Desse modo, a disponibilidade por habitante no Brasil fica em cerca de 233 ovos por ano. Mas é bom lembrar que parte disso não chega ao consumidor final in natura — como naquelas embalagens de dúzias nos supermercados.
Diversas indústrias de alimentos, por exemplo, usam o ovo como matéria-prima ou insumo. O mix é de produtos é extenso. Na lista, massas para cozinhar (uma delas, a de macarrão), maionese, bolos e diversas outros itens vendidos país afora.
Produção de ovos sob ameaça
Essa cadeia produtiva, entretanto, está em alerta. Os criadores do Brasil procuram proteger a gigantesca produção de ovos de uma doença que já causou estragos em outros países: a gripe aviária.
A falta de um tratamento seguro e a alta transmissibilidade fazem com que as contaminações sempre resultem na morte das aves. E, como medida de segurança para conter o alastramento da gripe aviária, os outros espécimes que tiveram contato direto ou indireto com o animal doente também são exterminados.
Assim, uma galinha contaminada dentro de um galpão leva ao abate de todas as outras que estão no mesmo local. Desse modo, o número de mortes em uma granja pode chegar aos milhões.
São Paulo, que no Brasil concentra a maior produção estadual de ovos, está em alerta. Na semana passada, o governo paulista emitiu uma nota instruindo os criadores locais a “reforçarem as medidas de biosseguridade em grau máximo”.
Perigo no ar
O maior vetor para espalhar a doença em diferentes criações comerciais são as aves silvestres. Por esse motivo, o esforço para tentar impedir a disseminação se dá, principalmente, em medidas para evitar o contato dos espécimes selvagens com os domésticos.
“Reforçamos a necessidade de verificações diárias da integridade das telas dos aviários, evitando assim que aves de vida livre tenham contato com as aves alojadas”, alertou a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. “Que no interior dos núcleos não existam árvores frutíferas que possam atrair aves silvestres. Manter área interna do núcleo avícola com vegetação baixa e sem acúmulo de água, principalmente neste período chuvoso.”
REVISTA OESTE