O governador Tarcísio de Freitas assumiu um Estado que era dominado pelo PSDB havia quase 30 anos. Essas raízes se espalharam pelos municípios paulistas e dominaram até a Assembleia Legislativa do Estado (Alesp) por décadas. Nesta quarta-feira, 15, os deputados paulistas tomam posse para uma nova legislatura. Embora se espere a manutenção do perfil governista, a nova formação já reflete a perda de força dos tucanos, com quatro cadeiras a menos que nas últimas eleições. A maioria já demonstrou apoio público ao governador do Republicanos. No entanto, o chefe do Executivo paulista ainda tenta criar sua base própria de aliados no Estado.
De partido com a maior bancada, o PSDB ocupará agora o terceiro lugar entre os de maior representação na Alesp, com nove deputados eleitos. A maior bancada agora será a do PL, que elegeu 19 deputados, entre os quais, André do Prado, cotado para assumir a presidência da Casa, após anos de liderança do PSDB.
PSDB e PL devem, juntos, compor a base governista. Aos dois partidos, se somará o Republicanos, ao qual é filiado o governador Tarcísio de Freitas. O Republicanos terá oito cadeiras na Alesp. A base governista deverá contar ainda com o União Brasil, PSD, MDB, Podemos, Progressistas, Cidadania e o Partido Social Cristão. É possível que o Partido Novo, que elegeu um representante, também integre a base.
Dos 94 eleitos, 32 vão assumir pela primeira vez uma cadeira na Assembleia e sete, que já cumpriram mandato em legislaturas anteriores, estão voltando à Casa. A expectativa é que, com a nova composição, o governador Tarcísio de Freitas tenha facilidade para aprovar seus projetos.
O perfil dos deputados da Alesp não deve dificultar as composições políticas de Tarcísio. Pelos cálculos, o governador vai ter um apoio de 65 a 70 parlamentares.
Com isso, o Tarcisio não deverá encontrar obstáculos para aprovar projetos que defendeu na campanha, como a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
A oposição será formada pelo PT, que elegeu 18 deputados e tem a segunda maior bancada na Casa. O bloco oposicionista terá ainda o Psol, com cinco representantes, e o PCdoB.
Levantamento nas redes sociais
Segundo levantamento da empresa de análise digital de reputação de marcas Codecs, desde 1º de janeiro, 60 parlamentares publicaram postagens positivas à gestão Tarcísio. A oposição possui 23 parlamentares atuantes nas redes. Destes, 21 mobilizam a militância apenas com posts negativos a respeito do governo do Estado.
O levantamento foi realizado com base nas postagens de todos os parlamentares da nova legislatura, entre 1º de janeiro e 8 de março. O relatório foi divulgado pelo jornal Estado de S. Paulo.
REVISTA OESTE