Financiamento do BNDES no exterior burla licitação e dribla o Senado

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BNDES já foi o centro de denúncias de corrupção. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasila

Cláudio Humberto

Suspenso desde a Lava Jato, o financiamento de obras no exterior com recursos do BNDES, que agora o requentado governo Lula pretende adotar, bancando o gasoduto na Argentina, segue a fórmula malandra, turbinada nas primeiras gestões petistas, de transferir para empresas “amigas” montanhas de dinheiro do Tesouro Nacional sem licitação, sem fiscalização e sem controle. Chamada de “exportação de serviços”, a esperteza dribla a norma constitucional de aprovação prévia no Senado.

Carimbo ‘secreto’

O esquema iniciava em acordo do Brasil com o país beneficiado para “exportar serviços”. O acordo, claro, logo recebia a chancela: “secreto”.

Como faca no queijo

O BNDES não transfere o dinheiro para o país onde se realiza a obra e sim à empreiteira. No Brasil e em reais. Facinho assim, sem licitação.

Bye, bye, Brasil

Só em 2012, US$2,17 bilhões do BNDES foram pagos a empreiteiras brasileiras nesse esquema. Em 2013, até setembro, US$1,37 bilhão.

Dinheiro pelo ladrão

O BNDES vai dar “adeus” aos R$3,5 bilhões a serem gastos no gasoduto na Argentina, assim como no Porto Mariel, em Cuba, de valor idêntico.

Plenário do Senado. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Conselho de Ética desperta interesse do Governo

Até pela inatividade do Conselho de Ética do Senado, o Planalto pouco ligava para a comissão, que geralmente não leva nada adiante. A chance de limar Marcos do Val (Pode-ES), mudou a visão do governo, que agora vê a oportunidade de ter o colegiado como ferramenta para enfraquecer a oposição. Na distribuição das comissões, o conselho deve parar nas mãos do União Brasil, mas a instalação fica para depois do Carnaval.

Casa de ex

O União Brasil vai indicar ex-bolsonaristas para o conselho: Jayme Campos (MT) e Davi Alcolumbre (AP). Agora, lulistas de carteirinha.

Frente lulista

Otto Alencar (PSD-BA), que iniciou a fritura de Do Val, também é cotado. No PT, o indicado deve ser Humberto Costa (PE).

Destino indefinido

Apesar do frenesi para cassar Do Val, o governo ainda não definiu quem vai apresentar o pedido. Na oposição, ninguém quer assumir a defesa.

Câmeras e flashs

No Planalto já se fala em “releitura da CPI da Covid”. Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a midiática comissão, também deve estar no Conselho de Ética, com o ‘gerente’ do Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Talento de legislador

Empenhado em “regular” as redes sociais, por meio de projeto a ser enviado ao Congresso, o ministro Alexandre de Moraes pode acabar revelando seus talentos de legislador. Deveria disputar mandato.

Para ‘discutir o Brasil’

O jantar para os convidados do evento da Lide, do ex-governador de São Paulo João Doria, em Lisboa, foi “nababesco”, segundo um dos presentes. A mesa para mais de 140 convidados na Adega de Colares, regada a (muito) vinho ‘nacional’, teve até palhinha de Fafá de Belém.

Novo chefe

O ministro Carlos Lupi (Previdência) se afastou do comando do PDT e passou o comando (e o caixa) do partido para André Figueiredo (CE). Os irmãos Ciro e Cid Gomes não apareceram na posse do deputado.

Fim da encrenca

A escolha da deputada Maria Arraes (SD-PE) como vice-líder do governo é uma tentativa de Lula de reatar com a família. Marília Arraes não se dá com membros do antigo partido, como o senador Humberto Costa.

Cabeças semelhantes

A defesa de Alexandre de Moraes de equiparar, nos olhos da Lei, empresas de tecnologia a imprensa tradicionais tem respaldo do ex-presidente dos EUA Donald Trump, que considerou medida semelhante.

Turma do ‘todes’

No quesito patrulha, a militância esquerdista não perdoa nem Lula. O petista virou alvo de críticas por usar “índio”, e não “indígena”, e “opção sexual” em vez de “orientação sexual”. Novilíngua não é novidade.

Rolo compressor

Além de ser acusado de distribuir benesses para reverter votos, o Planalto escalou ministros para pressionarem presencialmente os senadores a reelegerem Pacheco, mesmo os que não têm mandato.

Pensando bem…

…em breve nem o Mensalão vai ter existido.

DIÁRIO DO PODER – COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

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