Depois de críticas de Lula à independência do BC, juros futuros disparam

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Presidente declarou que é uma ‘bobagem’ achar que um presidente do BC independente é melhor do que um indicado politicamente

Lula também criticou a meta de inflação | Foto: Agência Brasil

Os juros futuros começaram em alta nesta quinta-feira, 19, depois das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à independência do Banco Central (BC) e à atual meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Em entrevista à GloboNews, Lula questionou a finalidade de um BC independente “se a inflação e taxa de juros estão do jeito que estão” e também declarou que a meta de inflação para este ano (3,25%, podendo chegar a 4,75%) é exagerada e obriga a um “arrocho” na economia com aumento da taxa de juros. Em 2022, a inflação fechou em 5,79%, segundo o índice oficial calculado pelo Instituto de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Os juros futuros, que representam uma expectativa do mercado sobre a taxa de juros entre o dia da negociação e uma data futura, dispararam nesta manhã. Houve ajuste para cima das taxas até 2026. A Bolsa de Valores também registrou aumento do dólar em 1,18% e queda do Ibovespa futuro em 11%.

Na entrevista à GloboNews, Lula se disse irritado com quem pede disciplina fiscal sem preocupação com a área social. “Eu posso te dizer, com a minha experiência, é uma bobagem achar que um presidente do Banco Central independente vai fazer mais do que quando o presidente era quem indicava.”

O presidente também disse que duvida que o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, seja mais independente do que foi Henrique Meirelles, que presidiu a autoridade monetária durante os dois primeiros mandatos de Lula, entre 2003 e 2010. “Por que o banco é independente e a inflação e os juros estão do jeito que estão?”, questionou.

Desde a campanha, Lula tem revelado pouca preocupação com a área fiscal e sempre deixou claro que revogaria o teto de gastos, por exemplo. Ainda antes de assumir o governo, em articulação com o Congresso, conseguiu aprovar a PEC da Gastança, aumentando os gastos públicos em R$ 145 bilhões.

Além disso, o governo petista articula para flexibilizar a Lei da Estatais e permitir indicações políticas para cargos executivos e dos conselhos de administração.

REVISTA OESTE

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