CoronaVac tem menor eficácia contra variantes Gama e Alfa

Vacina Coronavac

A vacina CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, é menos eficaz contra as variantes Gama, Alfa e Lambda do coronavírus, segundo indica um estudo da Universidade do Chile, divulgado nesta sexta-feira (2).

O virologista que liderou o estudo, Ricardo Soto, explicou à Agência Efe que a maioria das vacinas contra a Covid-19 foi elaborada com referência na “linhagem ancestral”, ou seja, o vírus originalmente detectado em Wuhan, e que sua resposta não é garantida contra as novas variantes.

Soto detalhou ainda que a eficácia dessa vacina contra a variante Gama (identificada pela primeira vez no Brasil) foi reduzida em 2,33 vezes, enquanto sua capacidade contra a Alfa (detectada inicialmente no Reino Unido) é 2,03 vezes menor.

A pesquisa aponta ainda que a Lambda, variante detectada pela primeira vez no Peru, é a que mais reduz a capacidade neutralizante dos anticorpos gerados pela CoronaVac, diminuindo sua eficácia em 3,05 vezes.

– Se nosso corpo é apresentado a um vírus alterado, é altamente provável que nem todos os anticorpos neutralizantes que geramos graças às vacinas possam combatê-lo – destacou o acadêmico.

Segundo explicou Soto, quando o SARS-CoV-2 sofre uma mutação, ele muda os espinhos da sua proteína e, às vezes, “as novas características dessa proteína dão ao vírus o poder de escapar dos anticorpos”.

O estudo, publicado na plataforma de divulgação científica medRxiv, foi realizado em 75 pacientes vacinados com as duas doses de vacina do laboratório Sinovac no Chile e não considerou a variante Delta, que já circula em pelo menos 92 países, por ser a cepa mais contagiosa do vírus.

Segundo o Instituto de Saúde Pública (ISP) do Chile, as variantes do coronavírus predominantes no país são a Andina e a Gama. Esta última é considerada “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), juntamente com a Alfa, a Beta e a Delta.

– Isso poderia explicar por que há pessoas vacinadas com duas doses de Sinovac, a mais aplicada no Chile, que estão em estado grave por causa da Covid-19 ou que morreram, algo que precisa ser comprovado – concluiu o especialista.

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