No mês do Orgulho LGBTQIA+, a Justiça do Rio de Janeiro determinou, nesta terça-feira (29), que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ofereça uma explicação sobre o porquê nenhum jogador convocado para a Copa América utiliza a camisa 24 no uniforme.
Caso descumpra o pedido, determinado pelo juiz Ricardo Cyfer, da 10ª vara cível da capital carioca, a entidade terá de pagar multa diária de R$ 800,00. A liminar foi concedida após um pedido do Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT, segundo o site ge.globo.
Um dos trechos da ação afirma que “o posicionamento de clubes e confederações de futebol é primordial no combate à homofobia, visto que desmotiva quem acha que o futebol é um espaço de intolerância onde se pode discriminar livremente”.
Vale lembrar que, entre as seleções que disputam a Copa América, a brasileira é a única a não utilizar o número 24. Até o momento, a confederação não se manifestou sobre o caso.
Na última segunda-feira (28), a CBF se posicionou em homenagem ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. “O futebol brasileiro não tem espaço para preconceito! A CBF apoia a luta contra a homofobia e a transfobia. Somos todos iguais!”, escreveu a entidade em suas contas oficiais nas redes sociais.
O número 24 é historicamente associado ao homem gay, especialmente porque o animal veado tem este número no jogo do bicho. Portanto, a questão é utilizada como forma de discriminação da comunidade LGBTQIA+.
“Sendo assim, o fato da numeração da seleção brasileira pular o número 24, considerando a conotação histórico cultural que envolta esse número de associação aos gays, deve ser entendido como uma clara ofensa a comunidade LGBTI+ e como uma atitude homofóbica”, diz outro trecho da ação.