‘Presidente do Nordeste’, Lula tem o País para governar
Lula foi eleito neste domingo (30) graças à ampla vitória no Nordeste e por isso terá o desafio de governar para todo o País, incluindo as demais regiões, onde foi derrotado. Tanto quanto Lula venceu de lavada no Nordeste, próximo dos 70% dos votos, no Sul o petista perdeu feio para Bolsonaro; foi goleado no Sudeste e no Centro-Oeste e disputou voto a voto no Norte, na eleição presidencial mais apertada da História.
Nos estados
O PT não emplacou nos estados: o partido do presidente eleito Lula foi derrotado em três dos quatros estados onde disputou o segundo turno.
Equilibrado
Além da Bahia, o PT vai governar Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí. PL e Republicanos, da base de Bolsonaro, conquistaram quatro estados.
Oposição no Congresso
No Congresso, Lula vai enfrentar grande oposição pela primeira vez. O PL, partido de Jair Bolsonaro, será o maior partido do Legislativo.
Outra história
Do outro lado da Praça dos Três Poderes, Lula não deve enfrentar oposição implacável, como o atual presidente. A aposta é vida fácil.
Eleição judicializada rende R$185 milhões a advogados
A judicialização das eleições 2022, até o último minuto, com decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre direito de resposta no último dia de campanha, recheou os cofres de escritórios de advocacia famosos com R$184,7 milhões, pelos dados oficiais da corte. A farra milionária gerou interferências para, supostamente coibir fake news, mas acabou em censura prévia de documentários e até emissoras de rádio e TV.
Dinheiro demais
União Brasil teve o maior orçamento da eleição e pagou R$33 milhões a advogados, mesmo disputando 2º turno em apenas quatro estados.
Investimento alto
O alto aproveitamento nas ações movidas no TSE custou caro ao PT de Lula, que torrou R$15,4 milhões com os advogados na campanha.
Logo ali
O PL de Jair Bolsonaro, que faz disputa acirrada no segundo turno contra o petista, pagou R$13,1 milhões em “serviços advocatícios”.
Inéditos
A eleição mais apertada da História também quebrou alguns tabus: pela primeira vez um presidente candidato à reeleição perdeu a disputa e pela primeira vez ex-presidente que serviu dois mandatos voltará ao cargo.
Esforço mineiro
O empenho do governador Romeu Zema e do deputado federal campeão de votos Nikolas Ferreira foi capaz de praticamente empatar o jogo em Minas. A vantagem diminuiu, mas Lula acabou vencendo por uma margem mínima, no estado que foi, mais uma vez, um retrato do Brasil.
Vermelho do bem
Os delegados eleitorais tiveram trabalho em zonas eleitorais de Brasília com fiscais da coligação do PT descumprindo regra para vestir cores neutras. A maioria apareceu completamente de vermelho, enquanto os do PL seguiam proibidos de usar até mesmo a camisa da Seleção.
Novos tempos
Nos EUA, desde a “guerra” para impedir a reeleição de Donald Trump, só o canal Fox News, de orientação conservadora, abre espaço a todos os lados da política. Os “democratas” estão em prolongado recesso
O eleitor agradece
O primeiro (e único) acordo entre as campanhas de Bolsonaro e Lula no 2º turno se deu em torno de direitos de respostas na TV e rádio. Nenhum lado quis submeter o eleitor a um “horário eleitoral extraordinário”.
Acertou?
O Ipec (ex-Ibope) previu na sexta (28), a dois dias da eleição, que o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) venceria a disputa com 12 pontos de vantagem sobre Onyx Lorenzoni (PL). Acabou 57% a 43%.
Caro consultor
No DF, clientes do senador Reguffe o consideraram decepcionante como consultor. Ele criou uma empresa para vender serviços. Mas clientes que pagaram até R$800 mil pela consultoria, diz que ele não ajudou e usava as raras aparições nas campanhas para falar apenas sobre ele mesmo.
Foi no limite
O gosto amargo da derrota do presidente Jair Bolsonaro foi amenizado pelos 7 milhões de votos recebidos a mais no 2º turno em relação ao 1º, enquanto Lula mostrou ter chegado ao teto com dois milhões a mais.
Pensando bem…
… parecia uma final de Copa do Mundo.
DIÁRIO DO PODER – COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO