TSE proíbe Bolsonaro de exibir vídeo em que Lula defende legalização do aborto

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Segundo a ministra Cármen Lúcia, o conteúdo pode ‘conduzir à repercussão negativa no pleito’

Lula defende a legalização do aborto | Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert

A ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou neste sábado, 15, que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) suspenda, no horário eleitoral gratuito, a veiculação de uma propaganda que resgata declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o aborto.

“As publicações não são críticas políticas ou legítima manifestação de pensamento”, sustentou Cármen. “O que se tem é a veiculação de desinformação, mensagem distorcida e ofensiva à honra e à imagem de candidato à Presidência da República, o que pode conduzir à repercussão ou interferência negativa no pleito.”

Os trechos nos quais aparecem as declarações de Lula foram tirados das filmagens de um evento promovido em abril pela Fundação Perseu Abramo (FPA) e pela Fundação Friedrich Ebert (FES). Na ocasião, o ex-presidente defendeu a legalização do aborto. Segundo o petista, o tema deveria ser tratado como “questão de saúde pública”.

“No Brasil, por exemplo, as mulheres pobres morrem tentando fazer o aborto, porque é ilegal”, afirmou Lula. “As mulheres pobres não fazem porque é proibido. Quando, na verdade, deveria ser transformado em uma questão de saúde pública. Todos deveriam ter o direito de fazer o aborto e não ter vergonha. Não quero ter filho, vou cuidar de não ter filho.”

Segundo o ex-presidente, a legislação brasileira deveria ser revista. “O que não dá é a lei exigir que a mulher tenha filho”, criticou. “Precisamos ainda avançar muito. E essa pauta da família, dos valores, é uma coisa muito atrasada.”

Na mesma época, Lula disse ser contra o aborto. “Tenho cinco filhos, oito netos e uma bisneta”, revelou, em entrevista ao portal UOL. “Sou contra o aborto. O que disse é que precisamos transformar o aborto em uma questão de saúde pública. As pessoas pobres vítimas de aborto têm de ter condições de se tratar na rede pública de saúde. É só isso. Qual é o crime?”

REVISTA OESTE

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