A cratera, que surgiu no início deste mês no Deserto do Atacama, atingiu 40 metros de diâmetro e 200 metros de profundidade
O buraco gigante que surgiu no Deserto do Atacama, no Chile, está crescendo cada vez mais. De acordo com o Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin), a cratera pode entrar em colapso e desabar.
A enorme cavidade está localizada na cidade de Tierra Amarilla, a 665 quilômetros de Santiago. Há cerca de 15 mil habitantes na região.
A cratera surgiu com 25 metros de diâmetro e 64 metros de profundidade, no início deste mês. Mas seu tamanho está cada vez maior. Atualmente, o buraco está com aproximadamente 40 metros de diâmetro e 200 metros de profundidade.
Segundo as autoridades locais, o buraco não representa nenhum perigo para os moradores de Tierra Amarilla. No entanto, as atividades em torno da cratera estão paralisadas. Os trabalhos voltarão a ser realizados só depois de o problema ser resolvido.
Há minas de cobre na região onde o buraco foi encontrado. A área é explorada majoritariamente pela empresa canadense Lundin Mining LUN.To, que detém 80% da propriedade. O restante é controlado pelas japonesas Sumitomo Metal Mining e Sumitomo Corp.
Ainda não é possível saber como a cratera surgiu. Todavia, o prefeito de Tierra Amarilla, Cristobal Zúñiga, alega que seu surgimento se deve às atividades extrativistas “inconsequentes e desmedidas” que são realizadas na área. Um executivo da Lundin rechaçou essa versão e disse à agência Reuters que serão necessários mais estudos para determinar a origem do buraco.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, atribuiu a origem da cratera ao “modelo de desenvolvimento” do país. “O buraco é a ponta do iceberg de uma série de problemas que afetam Tierra Amarilla”, afirmou. “Esse é um modelo de desenvolvimento que não tem sido benéfico para a comunidade.”
REVISTA OESTE