Lula reage com surpresa no momento em que Caíque Mafra interrompe seu discurso em evento | Foto: Reprodução
Pré-candidato a deputado estadual em São Paulo pelo Republicanos, Caíque Mafra usou as redes sociais para denunciar supostas agressões por seguranças ocorridas em um evento de Lula na terça-feira 21, durante apresentação do plano de governo petista para as eleições presidenciais.
Mafra conseguiu ingressar no evento do Partido dos Trabalhadores (PT), realizado em um hotel da região da Avenida Paulista, em São Paulo. Com dois amigos, passou pela triagem de credenciamento e depois acompanhou a apresentação de petistas e aliados. O manifestante ficou no local até interromper o ato, quando o microfone chegou a Lula, sendo retirado por seguranças em questão de segundos.
No ato de protesto, Caíque Mafra caminhou na direção de Lula e repetiu uma expressão criada na eleição de 2018 por Geraldo Alckmin (PSB), ex-adversário político e atual vice na chapa do petista: “Vai voltar à cena do crime?”. A abordagem foi registrada pela transmissão oficial do evento.
Mais tarde, em relato em vídeo publicado nas redes sociais, Mafra mostrou arranhões e acusou os seguranças do evento de cárcere privado. O pré-candidato a deputado estadual diz que ele e os amigos sofreram agressões por um período de pelo menos 40 minutos.
Caíque ainda relata que foi obrigado pelos seguranças, junto aos amigos, a acessar os celulares pessoais para apagar registros em foto e vídeo do evento.
Suspeitas sobre a segurança
A reportagem conversou com Danilo Garcia de Andrade, advogado de Caíque Mafra, Rafael de Oliveira e Fernando Dainese. A defesa, que registrou Boletim de Ocorrência na 78º Distrito Policial de São Paulo, relatou que seus clientes foram vítimas de violências diversas.
Segundo o advogado, Rafael de Oliveira teve um dente quebrado em uma das agressões. Caíque e os amigos também dizem ter recebido socos no estômago, pisadas na cabeça e tiveram a respiração interrompida, com os seguranças ajoelhados na traqueia, em movimento de imobilização.
Danilo Garcia de Andrade diz que pretende cobrar explicações a respeito dos seguranças, especificamente se eles fazem parte do aparato oficial cedido pela União a ex-presidentes da República.
“A gente levantou essa hipótese na delegacia. Os ex-presidentes têm direito de oito a dez agentes, que podem ser da Policia Federal, do Exército ou de forças policiais regionais, até o final da vida. Pela conduta, mostram que eram seguranças preparados”, diz o advogado.
A defesa de Caíque Mafra e de seus dois amigos ainda disse ter entrado em contato com o Hotel Intercontinental, solicitando que o estabelecimento resguardasse as imagens do sistema de segurança para eventuais checagens policiais.
Em nota à reportagem, o Hotel Intercontinental manifestou que “não teve qualquer relacionamento ou contribuição com os acontecimentos relatados” e “rechaça a prática de qualquer ilícito”. Segundo o gerente geral Johannes Bayer, o estabelecimento vai colaborar com as autoridades, caso seja convocado.
A reportagem também procurou o PT, que não se manifestou.
REVISTA OESTE
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