A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), 66 anos, “desceu o nível” e fez ataques ao presidente Jair Bolsonaro, após saber que o chefe do Executivo havia protocolado ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra medidas restritivas adotadas por três Estados: o Paraná, Pernambuco e o Rio Grande do Norte.
A petista, ao que tudo indica, não gostou da “chamada” de atenção e, em manifestação encaminhada, nesta terça-feira (8), ao STF, a governadora partiu pro ataque e ofendeu o Chefe de Estado, ao dizer que ação no Supremo seria “fruto do desvio mental e de caráter”.
A frustração de Fátima seria em virtude do trecho da ação apresentada pelo Bolsonaro no qual ele afirma que os decretos estaduais de restrição “determinam a paralisação de tudo que é considerado não essencial, como se a sobrevivência exclusivamente biológica fosse a única demanda passível de ser protegida pelo direito”.
E completa o presidente:
“Desconsideram o caráter complexo e multifacetário de expressões da dignidade e da personalidade humana, como a dignidade do trabalho, a dignidade de manter um empreendimento econômico e a dignidade de poder buscar o sustento seu e de seus dependentes”.
Sem argumentos plausíveis pra manter o Estado fechado, a esquerdista tentou explicar que “sem a sobrevivência exclusivamente biológica, ou seja, sem a vida humana, não existe dignidade, personalidade, trabalho, empreendimentos econômicos ou busca pelo sustento próprio ou de quaisquer dependentes”.
“A não ser que o requerente (Bolsonaro) consiga demonstrar que existam outros tipos de sobrevivência diversas da biológica.”
“Obviamente que somente este trecho da ação ora combatida já demonstra ser ela fruto do desvio mental e de caráter do requerente (Bolsonaro) e do advogado-geral da União, os quais, a cada dia, revelam um grave e intolerável desprezo à vida humana e ao próximo”, insultou Fátima.
Após a repercussão negativa do caso, a governadora recuou das ofensas e, pelas redes sociais, disse que pediu a “substituição da petição impetrada no STF; para que sejam retirados os termos que considera inadequados no tratamento com quaisquer autoridades públicas”. O novo documento já foi protocolado no Supremo.
À propósito, a “Operação Vale Tudo”, deflagrada no final de outubro de 2020, parceria entre a Receita Federal, Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal e Ministério Público Federal (MPF) investiga as práticas de crime eleitoral, sonegação fiscal, fraudes à licitação, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro no Rio Grande do Norte.
As investigações dos órgãos apontaram que os recursos, indevidamente desviados da área de saúde do município, superam os R$ 5 milhões; sendo que R$ 3,6 milhões eram específicos para o combate da pandemia de Covid-19.
Bolsonaro continua afirmando que a CPI da Covid-19 precisa investigar o que governadores e prefeitos fizeram com os bilhões em recursos federais encaminhados a eles para o enfrentamento da pandemia do coronavírus. Atualmente, há mais de 70 investigações em andamento em todo o país.