Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet

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Durante o Brasil Colônia, a sociedade portuguesa implementou aos indígenas os seus comportamentos, costumes e crenças. Todavia, esse cenário caótico de transição permanece refletindo no hodierno século, com as diversas fontes de manipulação do indivíduo. Nessa perspectiva está a capacidade da internet em desenvolver algoritmos para controle de dados e consequentemente na manipulação do comportamento dos usuários. Desse modo, instaura-se a problemática no que tange à falta de autonomia do individuo e ao conhecimento generalizado desenvolvido pelas redes cibernéticas.

Em primeira análise, é válido ressaltar, a fragilidade no conhecimento de informática no âmbito social brasileiro. Segundo Karl Marx, o indivíduo vive em um mundo de alienação e um constante processo de coisificação. Nesse contexto, a falta de experiência do homem com os meios cibernéticos intensifica a manipulação nos comportamentos humanos, culminando-os a seguirem padrões estabelecidos pelos algoritmos, presentes em determinadas plataformas digitais. Assim, novamente o homem perde a sua supremacia informacional, logo, a sua autonomia social no vigente molde de controle de dados.

Segundamente, exprime-se que o conhecimento no decorrer do último século se transformou em generalizações, haja vista a rápida disseminação informacional propiciada pela internet. Na obra artística de Tarsila do Amaral, “O Abaporu” é refletida a falta de capacidade intelectual do homem moderno representado pela desproporcionalidade da cabeça ao corpo. Analogamente, os administradores de dados na internet conseguem repercutir conhecimentos generalizados, que são brevemente aceitos e compartilhados por diversas pessoas em redes sociais, dentre elas, as temidas “fake News”. Dessa forma, os internautas detêm frágeis conhecimentos que moldam seus comportamentos e sua formação ideológica, a partir de controladores de dados, comprovando a crítica de Tarcila do Amaral quanto à postura da sociedade atual.

Em suma, a manipulação no comportamento do indivíduo do século XXI problematiza-se pelos moderadores da atual ferramenta informacional, a internet. Faz-se necessário, portanto, que o Comando de Inteligência, em parceria com o Ministério da Justiça, averigue a problemática de uma possível segregação de conteúdos, a partir do rastreamento das plataformas digitais, com fito de amenizar o processo de alienação do indivíduo pela falta de domínio das diversas informações. Ademais, cabe ao Ministério da Educação fortalecer a prática de aulas de informática, bem como o investimento em computadores, com a compra também de materiais pedagógicos que visem melhorar o entendimento do individuo sobre os algoritmos. Além disso, as Empresas Privadas aliadas à Mídia devem propiciar centros tecnológicos, no intuito de amenizarem as cobranças de impostos e capacitarem a população no que tange à abrangência de conteúdos. Desse modo, o Brasil tornar-se-á livre das “amarras” alienantes e do inverso do Abaporu.

Texto de Chasmille Coelho Rios
Nota 980 no ENEM 2018 – 180 na 01
Cursando Direito na UFOB
Ex- aluna Gauss

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