A declaração do diplomata foi feita durante sua participação no encontro anual de dissidentes de direitos humanos em Genebra, na Suíça
O diplomata russo Boris Bondarev, da Organização das Nações Unidas (ONU), entregou o pedido de renúncia ao cargo na segunda-feira 23. “Nunca tive tanta vergonha do meu país”, escreveu Bondarev em comunicado compartilhado com diplomatas em Genebra, na Suíça.
O diplomata russo afirmou que a guerra contra a Ucrânia desencadeada pelo presidente Vladimir Putin não é apenas um crime contra os ucranianos, mas também contra toda população de seu país.
Em sua opinião, os responsáveis pelo conflito “querem permanecer no poder para sempre, viver em palácios pomposos e de mau gosto, navegar em iates comparáveis em tonelagem e custo a toda a Marinha russa, desfrutando de poder ilimitado e total impunidade”.
A declaração do diplomata foi feita durante sua participação no encontro anual de dissidentes de direitos humanos.
Bondarev atua na chancelaria do Kremlin desde 2002. Foi consultor sobre não-proliferação nuclear por quase uma década em Moscou e depois na missão permanente da Rússia na ONU e em outras organizações internacionais em Genebra.
“É tudo sobre belicismo, mentiras e ódio. Serve aos interesses de poucos, muito poucos, contribuindo assim para um maior isolamento e degradação do meu país. A Rússia não tem mais aliados e não há ninguém para culpar a não ser sua política imprudente e mal concebida”, afirmou Boris Bondarev.
Para ele, Putin se tornou um “criminoso de guerra e um ditador” e comprometeu o trabalho do Ministério das Relações Exteriores.