Seguranças de festa de Lula discutem com manifestantes no meio da rua

CASAMENTO

Manifestantes são confrontados por seguranças na frente de festa de Lula em São PauloManifestantes são confrontados por seguranças na frente de festa de Lula em São Paulo | Foto: Bruno Freitas

Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva comemorava seu terceiro casamento, na união com a socióloga Rosângela Silva, a Janja, alguns momentos de tensão foram registrados na interação entre os seguranças da festa e manifestantes.

Lula se casou na noite da última quarta-feira, 18, em uma casa de eventos no bairro do Brooklin, Zona Sul de São Paulo. Dentro da festa, o pré-candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência recebeu abraços de políticos, advogados e artistas. Já na rua, em frente ao estabelecimento, alguns críticos do ex-presidente que ousaram se manifestar precisaram lidar com intimidações da segurança.

Pouco antes do horário marcado para a cerimônia, às 19 horas, um pequeno grupo se manifestou com palavras de ordem, se referindo ao noivo como ‘ladrão’. Ao longo da noite, alguns motoristas que passaram pelo local também abaixaram suas janelas para repetir a mesma ofensa ao petista. Já com a festa em andamento, uma senhora enfrentou a segurança para também se manifestar: “Cadê a Federal?”.

Manifestante diz ter sido atacada com gás de pimenta

Por volta de 22 horas, um carro parou bem na frente da casa de festas que abrigou a cerimônia. Então, a manifestante Fernanda Torres, que se identificou com eleitora do Partido Novo e simpatizante do ex-presidenciável João Amoêdo, se expressou contra Lula, chamando o ex-presidente de ‘bandido’ e ‘picareta’.

Em seguida, o carro foi cercado por fotógrafos da imprensa e seguranças do evento. Em determinado momento, a manifestante alegou ter sido atacada com um gás de pimenta. Em meio ao bate-boca, um dos funcionários afirmou na direção da mulher: “Vai para a Europa”.

Outro manifestante que estava a pé se juntou à simpatizante do Novo para protestar. Pouco depois, o rapaz foi cercado por alguns seguranças do evento. Um deles disse que escutou um comentário racista do crítico de Lula. A Polícia Militar então precisou intervir para dissipar a confusão, retirando o cidadão da frente da casa de festas.

Oeste acompanhou a cena completa e não testemunhou nenhum tipo de ofensa por parte do manifestante. O rapaz, que pediu para não ter o nome divulgado, falou sobre o incidente.

“Eu fui cercado por umas quatro ou cinco pessoas, que disseram que eu estava tumultuando. Começaram a me peitar de uma maneira bem intimidadora”, relatou o manifestante, que foi chamado de ‘menino mimado’.

“De repente, chegou um segurança e falou: ‘você está falando isso dele só porque ele é negro, né?’ Eu nem estava falando com esse tal segurança. O cara ficou induzindo a conversa. Olha só a armadilha que esse povo planta. Esse povo é treinado para intimidar.”

O aparato de segurança na festa de Lula teve padrão apenas convencional, mesmo em um evento que reuniu dois ex-presidentes (incluindo Dilma Rousseff) e boa parte da esquerda brasileira. Do lado de fora, algumas viaturas da Polícia Militar se revezaram no suporte da operação. Em alguns momentos, foram três carros da PM estacionados simultaneamente. A proteção com grades foi usada apenas no momento da chegada de convidados.

Música para o noivo candidato: “Olê, olê, olê, olá”

“O amor venceu!”, publicou a conta oficial de Lula no Twitter para celebrar a união com Janja. A frase também foi usada nas lembrancinhas dos cerca de 150 convidados da festa, segundo a esposa do deputado federal Rui Falcão (PT-SP), um dos primeiros a deixar o evento.

REVISTA OESTE

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