Lula participa de ato pelo 1º de Maio em São Paulo

DIA DO TRABALHADOR

Lula cometeu uma gafe no encontro com lideranças femininas do PT e seu discurso de 1º de Maio virou um pedido de desculpas  | Foto: Ricardo Stuckert/PTLula cometeu uma gafe no encontro com lideranças femininas do PT e seu discurso de 1º de Maio virou um pedido de desculpas | Foto: Ricardo Stuckert/PT

Acostumado a partir para a ofensiva nos seus discursos em público, com uma retórica afiada que costuma agitar seus apoiadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostrou um perfil mais comedido neste domingo, 1º de maio. No ato organizado por centrais sindicais para comemorar o Dia do Trabalhador, na praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu em São Paulo, suas palavras mais destacadas se referiram a uma gafe cometida ontem. Num encontro com lideranças femininas no bairro da Brasilândia, periferia da zona norte de São Paulo, ele disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não gosta de gente, mas sim de policiais.

“Quero aproveitar e pedir desculpa aos policiais desse país porque, muitas vezes, cometem erros, mas muitas vezes salvam muita gente do povo trabalhador. Temos que tratá-los como trabalhadores nesse país. Resolvi pedir desculpas junto a vocês porque, nesse país, não é habitual pedir desculpa. Eu, por exemplo, estou esperando que as pessoas que me acusaram o tempo inteiro peçam desculpas”.

A gafe viralizou nas redes sociais e chegou a ser criticada por Bolsonaro. Sem citar Lula, o presidente publicou um vídeo antigo no qual fala sobre redução da maioridade penal, chama detentos de “vagabundos” e defende a legítima defesa no campo contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). “Enquanto uns acham que policial não é gente e que tem que soltar jovens ladrões, traficantes e latrocidas, nós sempre defendemos o cidadão de bem.”

Lula atrás de votos

Em sua rotina de ataques, Lula disse que, “quem sabe”, milicianos ligados a Bolsonaro mataram a ex-vereadora carioca Marielle Franco. “Esse atual dirigente, que eu chamo de fascista e genocida, nunca se reuniu com dirigentes sindicais, governadores, prefeitos, movimentos sociais. Esse cidadão só governa para, quem sabe, os milicianos dele e alguns, quem sabe, com responsabilidade pela morte de Marielle.”

Na busca por votos em todas as áreas possíveis, Lula também defendeu a garantia de direitos aos trabalhadores de aplicativo, segundo ele escravizados pelas empresas. “A gente vai ter que sentar numa mesa e regulamentar a vida das pessoas que trabalham com aplicativo. A gente vai ter que dizer que esses companheiros que trabalham com aplicativo não podem ser tratados como se fossem escravos.”

Pela programação inicial, Lula falaria às 13 horas, depois dos discursos dos presidentes de centrais sindicais e representantes de partidos políticos aliados do PT. Mas um fator de especial importância para a organização do evento adiou esse plano. Como havia pouca gente, e o show da cantora baiana Daniela Mercury estava marcado para mais tarde, as lideranças do movimento se reuniram rapidamente ali mesmo, junto ao palco, e decidiram adiar sua participação para as 15h30, mais perto da atração musical, na expectativa de engrossar o público.

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