Advogado e romancista, José Paulo Cavalcanti é novo imortal da Academia Brasileira de Letras | José Paulo Cavalcanti
O romancista e advogado José Paulo Cavalcanti desconfia que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) possa interferir nos resultados das eleições deste ano devido a sua atuação no inquérito das supostas fake news. A declaração foi dada em entrevista à Rádio CBN Recife, na segunda-feira 4.
“Eu trabalhei com Barroso e confio integralmente, mas alguém pode dizer que Alexandre de Moraes, o xerife dessa eleição, de noite, não é capaz de abrir a sala do TSE, com técnico de computador e fazer alguma coisa? Como não tem auditagem, não tem como fazer isso. Alguém acha que a chance de Alexandre de Moraes fazer isso é zero?”, disse o membro da Academia Brasileira de Letras.
Ex-ministro de Justiça no governo do presidente José Sarney, Cavalcanti argumentou que a ação de Moraes no inquérito das fake news, para ele, o torna suspeito. Para ampliar o leque de investigação, o ministro se utilizou do artigo 43 do Regimento Interno do STF para investigar supostos ataques contra a Tribunal.
De acordo com dispositivo, o Supremo é autorizado a investigar fatos que ocorrem dentro das dependências da Corte. No inquérito, entretanto, esse entendimento foi alargado para o país.
“Alexandre advoga a seguinte tese: dentro do Supremo é tudo que exista fisicamente no Supremo ou que entre no Supremo. Por exemplo: Se você fala na televisão, esse televisor está dentro do Supremo, então é no Supremo. Se você fala no rádio, como tem um radinho de pilha no Supremo, então foi dentro do Supremo. Como você escreve no jornal e o jornal é distribuído no Supremo, é dentro do Supremo. Se você falar em uma conversa e for do Supremo, então é dentro do Supremo. Tudo é dentro do Supremo”, explicou Cavalcanti.
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