Rose de Freitas disse que não assinou pedido, mas seu nome constava na lista usada por Randolfe para convencer outros parlamentares
A senadora Rose de Freitas (MDB-ES) denunciou ontem uma fraude na coleta de assinaturas para instalação da CPI para investigar suspeitas de irregularidades no Ministério da Educação. “Não assinei a CPI e no entanto meu nome constava no rol de assinaturas da CPI”, disse.
Rose de Freitas disse que tomou conhecimento quando ouviu em uma reunião sobre educação um pedido para dar tempo para as explicações devidas e só entendeu o apelo quando descobriu a fraude. Sem citar nomes, a senadora disse que ouviu de ministros que o documento estava circulando por Brasília.
Depois de ouvir a explicação de que houve um “problema técnico” não se conformou. “Não existe isso. Outros parlamentares passaram por essa situação. Isso é uma fraude. Quem fez isso tem que ser expulso dessa Casa”, indignou-se.
A senadora pediu que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-DEM), que investigue a situação com a seriedade devida. Pacheco determinou a “apuração das circunstâncias do fato” e disse que pode rever os procedimentos.
“Em requerimentos dessa natureza, dada a importância e a seriedade deles, que se exija, quiçá, a assinatura pessoal, presencial, escrita do senador da República, vedado o uso da assinatura digital”, disse Pacheco.
Em seguida, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) pediu a palavra para acusar a ironia. “Uma CPI que é para, segundo dizem, apurar se alguém intermediar alguma coisa no ministério, intermedeia a assinatura de uma senadora na própria CPI? É isso?”, indagou.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que colhe as assinaturas, perguntou ao presidente Rodrigo Pacheco se havia algum requerimento de criação de CPI apresentado à Mesa e depois teve uma crise nervosa de riso, acompanhado por Pacheco.
Líder do governo, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO) e o senador Espiridião Amin ( mostraram que o assunto é sério e não deveria ser levado na brincadeira como faziam os dois e que isso sim seria fato determinado para abertura de uma CPI. “Por que não? Se o sistema permite isso, é uma fraude gravíssima”, disse Amin.
Pacheco voltou a afirmar que o fato seria apurado, mas Amin lembrou que a fraude na eleição para presidente do Senado em 2019 nunca foi apurada. “Voto número 82 da eleição de 2019 também não foi apurado ainda. Na eleição para presidente do Senado tivemos 82 votos (são 81 senadores), cédulas e ninguém sabe o que aconteceu”, disse.
DIÁRIO DO PODER
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