Aéreas favorecem deputado com regalias de sonho

Coluna do Cláudio Humberto
São mordomias como isenção de taxa de remarcação, upgrade de fidelidade e até preço máximo por passagem com Brasília como origem ou destino. Foto: Fernando Frazão

O diretor-geral da Câmara garantiu, mediante negociação, inúmeras regalias junto às companhias aéreas, como isenção de taxa de remarcação e até upgrade de fidelidade, que consumidor nenhum consegue nem ver de longe. A cereja do bolo, no entanto, foi a mamata de pagar no máximo R$1.338 por passagem para qualquer trecho tendo Brasília como origem ou destino e R$ 1.780 nos “assentos premium”.

Na vida real

Para o consumidor comum, viagem de meia hora entre Brasília e Goiânia custa mais de R$2 mil, mesmo marcada com 12 horas de antecedência.

Aéreas esfolam

O consumidor comum não tem chance de pleitear a isenção de taxa de remarcação. Pior, em alguns casos, chega a 80% do valor da tarifa.

A pão de ló

As aéreas sempre trataram parlamentares com regalias, permitindo até que eles embarquem nos voos antes de quem os sustenta: nós.

Boa notícia

Apesar do evidente uso da força política para obter mordomias, há um lado bom disso tudo. A conta, paga pelo contribuinte, agora é menor.

Plenário da Câmara. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Troca-troca de siglas tem prazo de validade curto

Ao sinal da “janela de transferências” de deputados, neste dia 1º, o União Brasil foi o que mais encolheu, na prática, mas, ainda assim, permanece grande: é o quarto maior da Câmara, menor até que o PSL, antes da fusão com o DEM. Perdeu 35 de 82 deputados desde o ano passado, a maioria para o PL de Jair Bolsonaro e outros governistas. A segunda maior bancada é do PT, que mal se alterou (56). As novas bancadas têm prazo de validade: 31 de dezembro, término dos atuais mandatos.

Bom para 2022

O tamanho das novas bancadas será relevante nas votações da Câmara durante este ano. Não influenciam o cálculo do fundo eleitoral de 2022.

Novos números

Importantes mesmo serão os números dos deputados federais eleitos em outubro, com mandatos para os quatros aos seguintes, até 2026.

O que importa

A bancada de deputados eleitos em outubro definirá, para cada partido, o valor dos pornográficos fundos Partidário e Eleitoral, a partir de 2023.

Mudanças na Câmara

O PP do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL), fechou a janela partidária como o terceiro maior da Casa: 50 parlamentares. Passou o União Brasil, que acabou com 47 deputados.

Inédito

Pela primeira vez em 40 anos, a segunda maior bancada do Senado não é do PT, PSDB ou DEM (ex-PFL). O MDB tem o maior número (14) de senadores, seguido pelo PSD (11) e PL e Podemos (ambos com oito).

Socializou a bancada

Além de não ter mais senadores no Congresso Nacional, após a janela de infidelidade partidária, o PSB perdeu sete deputados federais (desde 2019). É apenas a nona maior bancada da Casa, com 25 parlamentares.

Direto e reto

Daniel Ferreira (Desenvolvimento) substitui Rogério Marinho, que vai disputar vaga potiguar no Senado, e diz que a missão até o fim do ano é clara: “concluir a maior quantidade possível de obras em andamento”.

Nada de novo

Especialista em marketing político, Janiel Kempers não prevê surpresa com desistência de Moro e confirmação de Dória como candidato. “Não conseguiram articulação suficiente para firmar suas pré-candidaturas”.

Quem acredita?

Jornais nos EUA alertaram para a ‘explosão’ de casos de covid na China. O país com 1,4 bilhão de habitantes é supostamente o 117º na lista de países com mais casos: Pouco mais de 151 mil no total.

De papel passado

Presidente do Cidadania, Roberto Freire comemorou a oficialização da federação com o PSDB um dia após confirmação da pré-candidatura de João Dória a presidente. “Agora é para valer”, disse nas redes sociais.

Se soltando

No primeiro dia fora do da Esplanada, o pré-candidato ao Senado no Rio Grande do Norte Rogério Marinho já começou a pré-campanha criticando o ativismo judicial, que “está desequilibrando a democracia”, disse.

Pensando bem…

…na política, promessa é dívida. Mas, às vezes, dívida é dívida mesmo.

DIÁRIO DO PODER – COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

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